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O PS de Castro Marim acusou Francisco Amaral, reeleito no último domingo como presidente da Câmara pela coligação PSD/CDS, de “demagogia patética sem limites” depois do autarca ter considerado os resultados eleitorais como “uma grande vitória” da coligação que liderou e “a maior derrota de sempre do PS” naquele concelho.
Francisco Amaral tinha destacado a sua vitória num contexto em que o tradicional eleitorado do PSD esteve dividido (José Estevens concorreu como independente) e também devido ao facto do PS ter descido o número de votos para o pior valor que já registou no concelho.
Porém, os socialistas, cuja candidatura à Câmara foi encabeçada por Célia Brito, têm outra leitura dos resultados e consideram que a interpretação feita por Francisco Amaral é “uma provocação”.
“Quem venceu por uma margem mínima de 32 votos sobre o PS, nunca antes vista em eleições autárquicas no nosso concelho, agora perante um cenário de quatro candidaturas, sendo que três delas tiveram resultados mais significativos, não deve ser soberbo subestimando o seu principal adversário na oposição ao executivo”, considera o PS.
E acrescentam: “A coligação do PSD/CDS passou 1863 para 1455, perdendo assim 408 votos e mais de 10%, enquanto que o PS, passou de 1692 para 1423, perdendo assim 269 votos e menos de 7%. Qualquer castro-marinense minimamente não analfabeto verificará que 408 votos é um número superior a 269”.
Perante esta interpretação, o PS questiona “quem foi que teve a maior descida e em consequência disso mesmo perdeu a maioria absoluta que sempre manteve durante 20 anos no executivo e não conseguiu maioria nas freguesias de Azinhal e Altura, sofrendo uma derrota significativa na eleição da Assembleia Municipal, já que aí recorreram a figura de topo da cena política regional e nacional?”.
Os socialistas dizem ainda que respeita a utilização do voto “de forma responsável” feita pelos castro-marinenses. E recordam que os munícipes “decidiram modificar a correlação de forças nos órgãos autárquicos, exigindo compromissos múltiplos que o PS não renunciará no âmbito das suas responsabilidades políticas, onde dirá não ao compadrio, a situações denunciadas menos claras, sempre tendo em vista o desenvolvimento de Castro Marim”.
“Só mesmo uma pessoa obcecada e transtornada pela força dos resultados eleitorais pode vir, de forma precipitada e inoportuna, a formatar comentários contra uma força política com quem diz querer fazer acordos e compromissos pós-eleitorais para viabilizar a gestão municipal que se deseja responsável e competente”, conclui o PS.
Domingos Viegas
As classes dominantes não gostam de receber ordens, os trabalhadores discutem ideias,os primeiros são os democratas ,os segundos são radicais, afinal que democracia é esta?