VAI ANDANDO QUE ESTOU CHEGANDO

Opinião de Carlos Figueira

Castigos. O País vai viver os próximos tempos sobre a expectaciva do anunciado cutelo da EU que em nós País se abateria em função de não termos cumprido o défice de 3% da Orçamento, tal como aliás, ao que as noticias nos dão conta, foram os casos da Espanha e da própria França. As anunciadas sanções que na pior das hipóteses podem ter como consequências o impedimento ou condicionamento das transferências de dinheiros comunitários inseridos e decididos no próximo quadro comunitário de apoio2016/2020. O que se assim for será péssimo porque antecederá a novas exigências da Troika e a mais sacrifícios para a maioria do nosso povo. Em tal momento creio que o que se exigiria a todas as forças políticas do País uma actuação conjunta em defesa dos interesses nacionais. No quadro dessa exigência é por demais incompreensível a posição assumida pelo PSD e CDS, quando acusam o actual governo de não cumprir as exigências do défice quando se trata de um OE executado e aprovado pela maioria que constituía na altura governo durante 11 mêses que para além disso usou a manobra de deitar para debaixo do tapete a situação do Banif, responsável em última instância ,pelo agravamento do défice, para além de todas as manobras de pressão e de intriga que desenvolveram no interior da EU junto dos seus parceiros pelo incomodo que causava estarem perante um governo de centro esquerda apoiados por partidos de esquerda.

Estamos então perante a evidência de uma oposição que para além de não assumir as responsabilidades de não cumprir os défices ao longo de três anos da sua governação, vem agora acusar este governo de contas mal cumpridas entre as quais a situação de falência do Banif ocultado por eles. Mas, igualmente é bom afirmá-lo, as responsabilidades de uma EU dirigidas por eurocratas ao serviço da financeirização da economia, através de processos que estão longe do escrutínio democrático, o que só assim acontece por ausência qualificada de direcção politica fiel aos desígnios para que foi construída a EU. Neste quadro e no que a nós País nos diz respeito creio para as questões do imediato tenderão a passar, no embaraço em que as decisões politicas se encontram, para o adiamento de decisões. É típico de situações semelhantes e o Agosto está à porta. Todavia o que fica é a necessária reforma das estruturas da EU no sentido de acrescentar democracia ao que existe, porque não vislumbro nos próximos tempos para Portugal outra melhor solução que não seja a debater-se no interior da EU por tais mudanças.

Brexis. Bom… o Reino Unido votou como votou e se antes não ficaram claras as consequências dessa opinião há que assumi-las agora com os votos dos novos e dos velhos do interior e das grandes cidades. Londres pode ser um exemplo particular, mas não deixa de ser o que é como exemplo, e por mais impressiva que foi a enorme manifestação pela anulação dos resultados do referendo, do mesmo modo se me afigura de todo difícil admitir que a Escócia e a seguir o País de Gales batam à porta da EU para continuarem dentro, embora fora do Reino Unido e a EU os acolha sem mais nada. Estávamos então a entrar no caminho mais ambíguo do desconhecido. São reações emocionais e até podemos considerá-las racionais à luz das complicações que o resultado do referendo terá como consequências, mas não há que somar ilusões, por muito determinista que seja a minha opinião aqui expressa, o que se me afigura de melhor para todos e sobretudo para a EU é que a negociação da saída seja rápida e eficaz para todos. E que todos os Países da EU seus respectivos povos e forças políticas que os representam tirem desta situação particular as lições necessárias para não se deixarem aprisionar por políticas monetaristas que só favorecem o capital rentista e cavam mais profundamente não só as desigualdades sociais mas igualmente o condicionamento ao desenvolvimento de cada País.

Selecção. Mais uma vez por exigências editoriais escrevo sem saber o resultado da meia-final. Embora crítico e distante da selecção de empates desejo como todos que a selecção ganhe e que, finalmente nessa final nos saiam os génios. Quiçá, é também para tais circunstâncias, como no passado, que estamos destinados.

Nota final: para quem ainda tem a pachorra de me lêr voltarei em Agosto.

Carlos Figueira

 

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