Pelo menos duas pessoas morreram este domingo num tiroteio próximo de Slavyansk, cidade do leste da Ucrânia, que está sob o controlo de separatistas pró-russos, ameaçando a “trégua pascal” anunciada por Kiev.
Segundo a Reuters, quatro veículos aproximaram-se do posto de controlo dos rebeldes pró-russos e, de repente, os ocupantes saíram e começaram a abrir fogo contra os separatistas, que responderam também com disparos.
“Nós tivemos dois mortos e quatro feridos”, afirmou Vladimir Vyatch Ponomarev, um dos rebeldes pró-russos, que estava no local, frisando que dois jipes foram queimados. A BBC, por sua vez, já avança cinco mortos.
Estas foram as primeiras vítimas resultantes de confrontos armados no leste da Ucrânia desde que um acordo internacional foi assinado quinta-feira, em Genebra, prevendo a desocupação dos edifícios públicos e o desarmamento dos rebeldes.
O tiroteio fragiliza a trégua de Páscoa, anunciada pelas autoridades ucranianas, que pressupõe a suspensão de todas as operações militares contra os separatistas pró-russos.
Os líderes da Igreja Ortodoxa na Ucrânia e na Rússia já condenaram os ataques e pediram o “fim da violência”. Na sua mensagem de Páscoa, o chefe da Igreja Ortodoxa da Ucrânia, o Patriarca Filaret, apontou o dedo à agressão da Rússia contra o seu país: “Deus não pode estar do lado do mal, por isso o inimigo do povo ucraniano só poderá ser condenado à derrota. Senhor, ajuda-nos ressuscitar a Ucrânia”, declarou.
Também o chefe da Igreja Ortodoxa Russa, o Patriarca Kril, sublinhou a necessidade de “reconciliação” e o regresso à “paz “na Ucrânia. “Nestes dias de Páscoa as nossas orações a Deus são para o povo da Ucrânia, para uma reconciliação e amizade, pelo fim da violência, pois é vital o amor de um povo para o outro”, afirmou o líder religioso.
O acordo internacional, que prevê a desocupação dos edifícios públicos na Ucrânia e o desarmamento dos rebeldes, foi assinado na quinta-feira em Genebra pelo ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Dechtchitsa, e a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e para a Política de Segurança, Catherine Ashton.
Os EUA já ameaçaram aumentar as sanções contra a Rússia, caso os separatistas não respeitem o acordo.
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