Kreshnik Berisha arrisca dez anos de prisão se for condenado por pertencer ao Estado Islâmico. Em troca de informações, os procuradores alemães estão dispostos a reduzir a pena para três ou quatro anos, no máximo. O julgamento começou esta segunda-feira na cidade natal de Berisha – Bad Homburg, perto de Frankfurt.
Filho de pais kosovares, Berisha viajou para a Síria, através da Turquia, em julho de 2013, na companhia de mais seis colegas de escola. Ainda segundo a acusação, depois de receber treino militar, trabalhou como socorrista e guarda. Durante os seis meses que passou em Aleppo, no norte da Síria, terá participado em três batalhas contra os homens do Presidente Bashar al-Assad. Os investigadores disseram em tribunal que recebeu cerca de 50 euros por mês, mais alimentação e fardamento.
Berisha, que na adolescência jogou futebol num clube judaico, o Makkabi Frankfurt, ter-se-á convertido ao fundamentalismo islâmico quando era estudante de engenharia civil numa escola profissional.
O jovem encontrava-se a caminho de casa quando foi preso no aeroporto de Frankfurt, em dezembro do ano passado. As autoridades desconhecem, para já, por que razão terá regressado à Alemanha, mas afastam a possibilidade de estar a planear um ataque terrorista.
A Alemanha anunciou na passada sexta-feira que irá processar todos aqueles que tenham recrutado ou divulgado a propaganda do grupo islâmico. Este que é o primeiro julgamento na Alemanha por alegada adesão ao Estado Islâmico ocorre num contexto de alarme face à potencial ameaça representada pelo regresso de jihadistas à Europa.
Estima-se que, só na Alemanha, os grupos jihadistas tenham recrutado cerca de 400 islamitas. A estes somam-se outras centenas de diferentes países europeus, entre os quais portugueses.
Esta segunda-feira, o presidente francês, François Hollande, apelou a uma ação internacional conjunta para enfrentar a ameaça dos militantes do Estado Islâmico.
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