SMS: A AMAL não tem presença que se veja e sinta

Opinião de Carlos Albino

 

Foi tendo vários nomes, mas tal como a mulher de César, teve sempre epíteto de bom tom – AMAL, que lhe vem do batismo, em 1992, como Associação de Municípios do Algarve. Quando devia estar já crescidota, foi crismada, em 2004, como Grande Área Metropolitana do Algarve mas, para manter o bom tom, continuou AMAL. E já na idade de casar, casou com marido desde logo perdido ou desaparecido, com o nome de Comunidade Intermunicipal do Algarve, mas continua sendo a AMAL que sempre se chamou até porque, como tal como com a mulher de César era de mau tom e até de pouca originalidade ser tratada por CIA. Mas não entremos por nomes, coisa que pouco interessaria se a AMAL tivesse tido ao longo destes anos presença que se visse e se sentisse. Presença não daquela que lhe decorre do aparato burocrático que é bastante tanto quelçhé dá um aspeto de Terreiro do Paço provinciano, mas presença, sim, que lhe viesse e se lhe sentisse de efetiva liderança regional, de voz apurada da região, de firmeza e constância em posições provinciais comuns. Nada disto aconteceu nem acontece, revelando-se a AMAL apenas como um estendal onde a roupa provinciana de 16 municípios se pendura a secar.

A AMAL, fosse associação, área metropolitana ou comunidade nunca foi o traje solene da política, a indumentária de autoridade moral, ou a vestimenta institucional do Algarve. Quando muito tem sido mero complemento de salário político de uma ou outra autarquia. Não entrou pelos olhos e ouvidos da população algarvia como voz indelével e imagem confiável da região.
Primeiro, era o governo civil que lhe fazia sombra política quand0o a sombra era meramente protocolar; depois, passou a ser a CCRDA a gerir os holofotes, por natureza, ligados às tomadas do governo que vai estando. Aos olhos e ouvidos da população algarvia, e também aos olhos e ouvidos que estão para além do Caldeirão, a AMAL, por falta de liderança autóctone ou por lideranças sempre condicionadas pelas hierarquias partidárias que fazem a trança de mordomias que despedaça o País, nunca foi a voz do Algarve, ou pelo menos uma das vozes, ainda que só pudesse cantar ópera apenas na banheira.

Pela sua missão e objetivo estatutário, compete-lhe potenciar o desenvolvimento dos municípios e reforçar a identidade conjunta da Região, mediante a articulação de interesses e criação de sinergias, e anunciadamente, também ser o guia e impulsionador dos Parceiros Regionais, capaz de conciliar e harmonizar as estratégias para o desenvolvimento sustentado da região. Para isto, tem que ter voz, ser a voz ou uma voz que não faça de conta, gerar uma liderança credível, culta e sábia.

Porque a região merece e espera.

Flagrante elevador: Nada contra um elevador na Ponte sobre o Tejo para uma vista panorâmica a oitenta metros, com o custo de quatro milhões e meio. Mas um “programa cultural” de 365 dias para todo o Algarve por um milhão e meio, permite concluir que entre o Turismo e a Cultura há uma ponte muito baixa.
Carlos Albino

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