Opinião de Viegas Gomes
A cidade é uma construção no espaço, afirmou Kevin Lynch. Uma construção em grande escala. Os cidadãos que habitam a cidade não são hoje apenas espetadores da cidade. Devem ser parte ativa. Quando olhamos a cidade temos a consciência do que foi feito e do está por fazer. Muitos cidadãos pensam , refletem, na cidade e do que foi feito em termos de forma da cidade, do que foi feito e do que deveria ter sido feito. Isto acontece vulgarmente. Os equívocos que a cidade suscita vão no sentido da reconstrução da cidade, de voltarmos atrás e começarmos de novo a dar forma verdadeira. A cidade pouco agradável deverá assim ser substituída pela cidade agradável. A cidade monótona deverá ser substituída pela cidade dinâmica, agradável. Tudo depende dos executivos que liderem a cidade. É necessário que o valor potencial da cidade seja estimulado. Que as equipas que liderem a cidade e lhe dão tom continuem nessa senda ou então dêem lugar a equipas mais viáveis. Há cidades, como afirmei, que têm um potencial muito grande, que arrastam atrás de si amplas referências, Daí a atracção que sugerem. O projeto que urge encetar. Há que dar às cidades prazer estético, agradabilidade. Há cidades que precisam de reconstrutores. Gente de percepção, de conceitos. O que falta às cidades? Planeamento urbanístico, qualidade do espaço público, funcionalidade. Uma cidade com uma boa paisagem urbana é uma cidade com amplo bem estar. Enfim e em síntese é necessário transparência. Para isso é necessário saber segurar os verdadeiros mecanismos de intervenção, é necessário saber escolher os verdade obreiros da mudança. Acima de tudo ter bem ciente do que é a cidade e do que pode ser a cidade.
Viegas Gomes