Pires de Lima regressa à casa onde foi feliz

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“É sempre gratificante rever os amigos que deixei na empresa”, dis Pires de Lima, que classifica o ciclo de sete anos na Unicer de “intenso, desafiador e realizador”

Afinal, há coincidências felizes. O gestor que, em 2012, anunciou o investimento faseado de 100 milhões de euros da Unicer, António Pires de Lima, regressa esta terça-feira à casa para, na pele de ministro da Economia, inaugurar a nova sede da empresa.

É o regresso de Pires de Lima a uma casa onde foi feliz, durante ciclo (2006/2013) em que presidiu à cervejeira.

O ministro realça ao Expresso o “carácter institucional” da visita, mas reconhece uma “carga emocional” neste regresso, um ano depois a uma empresa que marcou a sua carreira de gestor.

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“É sempre gratificante rever os amigos que deixei na empresa”, acentua o ministro, que classifica o ciclo de sete anos “intenso, desafiador e realizador”. O mérito principal do investimento “reside na coragem dos acionistas o terem aprovado num ambiente muito adverso, em que seria mais cómodo adiar ou suspender”, adianta Pires de Lima.

Sucessor endossa os louros

O seu sucessor na presidência da Unicer, João Abecassis, endossa-lhe todos os louros da empreitada. “Quantas vezes um ministro inaugura uma obra que efetivamente é sua?”, regista Abecasis.

Poucos gestores “teriam a ousadia de, com o país deprimido e sob assistência financeira, lançar um projeto desta dimensão” e capacidade “para convencer os acionistas”, reconhece o sucessor. No seu último ato público como presidente da Unicer, Pires de Lima participara, em julho de 2013, na inauguração do eco-resort Nature Park, em Pedras Salgadas.

Eficiência imbatível

Três meses depois de Portugal pedir assistência financeira, os acionistas da Unicer aprovavam um ousado programa para revolucionar o centro cervejeiro e torná-lo num dos mais eficientes do mundo. Os efeitos da revolução virtuosa sentiram-se primeira na produção. O centro fabril recebia duas novas linhas de enchimento, com uma velocidade de 60 mil garrafas por hora, levando os cervejeiros da casa a compará-las a “duas pistas de Fórmula 1”.

A produção acolhia a capacidade desativada na base de Santarém e ganhava um adicional de 150 milhões de litros por ano.Depois, as obras atacaram edifício administrativo, concentrando serviços e funcionários (400) dispersos por vários espaços. No exterior, a decoração borbulhante da chapa ondulada cintilante que reveste termicamente o edifício ressalta o caráter cervejeiro da empreitada.

A terceira fase do processo revolucionário centra-se na operação logística, envolvendo uma delicada interligação com o centro de produção. A partir de janeiro, as paletes seguirão da produção até ao armazém automático num monorail percorrido por uma frota de 29 “carros elétricos”. O circuito logístico (1300 metros) adota a solução RGV (Rail Guided Vehicles, um sistema desenvolvido pela Efacec.

A “modernização tecnológica” e a “redução de custos de exploração” (18 milhões de euros por ano) de um centro inaugurado em 1964, justificam o elevado investimento que, segundo João Abecasis, assenta em estritos critérios de “racionalidade económica”.

50 anos depois de Tomás

Mas, outra coincidência marca a inauguração que amanhã terá lugar na Unicer. Faz este mês 50 anos que o presidente da República, Américo Tomás, presidiu à inauguração do centro cervejeiro da Companhia União Fabril Portuense, antepassada da Unicer, que trocava o aperto do Porto pelo desafogo da Via Norte (Matosinhos).

A fábrica da Via Norte arrancava com uma capacidade anual de 25 milhões de litros (hoje 450 milhões), com três linhas de engarrafamento de 10 mil garrafas/hora (hoje 60 mil garrafas/hora). O novo centro fabril custou, em 1964, 190 mil contos (950 mil euros, sem correção monetária).

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