O presidente da direção da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) lamenta que o ministro da Saúde não tenha melhores argumentos para defender a sua política de saúde do que a “tentativa muito infeliz” de envolvimento dos médicos do setor privado na greve de 48 horas, anunciada para amanhã e quarta-feira, pela Federação Nacional dos Médicos.
“Ao acusar os médicos de não fazerem greve no privado, Paulo Macedo revelou uma posição parcial, de marxismo de direita, assumindo-se, em exclusivo e apenas, como ministro do sector público saúde”, sustenta o líder do APHP.
Osório Araújo critica ainda o Ministério da Saúde por reduzir apenas “a motivações políticas” a greve dos médicos, atitude que atribui ao facto de Paulo Macedo não ter entendido ainda que “o atual problema da saúde em Portugal é uma doença genética”.
“O drama do SNS é estrutural não de mera administração da saúde”, diz o líder o presidente da APHP, que considera que o SNS foi uma conquista civilizacional que não se modernizou e, por isso, corre “o risco de colapsar”.
Gestores públicos, despesa inútil?
Osório Araújo refere que a recente celebração de contratos de trabalho e das carreiras médicas com hospitais geridos pelo sector privado são sinais do empenhamento deste sector em dotar a classe médica de condições “que só beneficiarão os doentes e o SNS”.
Para este responsável, o Ministério da Saúde persiste em reduzir os grandes hospitais do país, como o São João, “a reparticões do Estado, cujos gestores, sem autonomia, são uma despesa inútil para o país”.
Muito crítico das atuais políticas de saúde, Artur Osório Aráujo defende que o acesso à saúde deverá manter-se tendencialmente gratuito mas com o “mercado privado da saúde a funcionar”, enquanto o Estado deve assumir o papel de regulador de todo o setor.
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