Maria Luís: “É uma injustiça” Bruxelas impor sanções a Portugal

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Uma “injustiça”. É assim que Maria Luís Albuquerque define uma eventual decisão da Comissão Europeia impor sanções a Portugal por incumprimento das metas do défice, posição defendida em entrevista à Rádio Renascença no programa “Terça à Noite”.

“Acho que é uma injustiça que é cometida contra Portugal. Acho que é uma matéria em que a Comissão não deveria tomar essa decisão”, diz a ministra das Finanças do anterior Governo, que na entrevista explicou também porque decidiu escrever, por iniciativa própria, uma carta que enviou para Bruxelas na semana passada, a pedir que não troque a realidade pelas estatísticas.

Segundo Maria Luís Albuquerque, “olhando para o ajustamento que Portugal fez desde 2011 até ao final do ano passado, estamos a falar de um ajustamento imenso, que teve medidas que, ao contrário da forma como elas se medem, foram absolutamente reais. Seria muito difícil explicar aos portugueses que afinal não chegaram.”

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Na mesma entrevista, Maria Luís Albuquerque contesta os números apurados para o défice de 2015, dizendo que este talvez pudesse ter ficado abaixo do 3% e apontando culpas ao PS e à sua gestão da situação do Banif.

Um “banco mau” à italiana?

Criar um “banco mau” para acomodar os ativos tóxicos do sector financeiro português – a solução à italiana – não é uma boa solução, diz ainda Maria Luís Albuquerque.

Apesar de compreender a preocupação com a concentração dos capitais bancários em mãos espanholas, defende que é importante não afastar investidores. “Admito que uma intervenção política possa afastar um determinado interesse. Só não percebo muito bem por que mecanismo é que se faz surgir um outro interesse que o substitua, ou seja, onde é que nós vamos buscar esses outros investidores, se não queremos os de uma determinada origem, espanhóis ou outros, quais são os outros que vamos buscar?”

Quando à possibilidade de nacionalização do Novo Banco, a vice-presidente do PSD diz ser uma péssima ideia. “Primeiro, porque já temos um banco público, depois, porque com a nacionalização perdemos o dinheiro que emprestámos, porque passa a ser uma responsabilidade do Estado, logo onera os contribuintes, e o Estado assume as responsabilidades das necessidades de capitais ao tornar-se dono do banco”, justifica.

Fábio Monteiro (Rede Expresso)

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