Estado Islâmico anuncia morte de jiadista português

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Frame do vídeo divulgado pelo Estado Islâmico, onde o português surge ao lado do cabecilha, Jihadi John (encapuçado na imagem)

A morte de Mikael Batista está a ser anunciada em várias contas do Twitter ligadas ao Estado Islâmico (EI). Segundo vários combatentes do EI, o lusodescendente de 23 anos terá sido abatido pelos raides da aviação da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos em Kobane, junto à fronteira com a Turquia. Dois outros combatentes amigos de Batista, um francês e um belga, terão também sido mortos em combate na mesma operação militar.

O português vivia em Paris antes de se ter alistado no Estado Islâmico. Partiu para a Síria em agosto de 2013 com outro lusodescendente, Michael dos Santos. Estudante universitário de desporto, deixou para trás o curso na Universidade Paris-Est Créteil e o gosto por boxe, artes marciais e ginástica acrobática.

Em setembro falou com o Expresso – foi o primeiro jiadista português a ser entrevistado por um órgão de comunicação social em Portugal. Nessa conversa, feita através do chat do Messenger do Facebook, o jovem disse que gostava sobretudo de “treinar e matar” na Síria, confessando já ter matado uma pessoa desde que estava na Jihad. Antes de ingressar no Estado Islâmico, nunca tinha pegado numa arma.

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Nos meses seguintes, o Expresso contactou diversas vezes o guerrilheiro através do Facebook. Numa das últimas conversas, Mikael Batista negou que o seu amigo Michael dos Santos fosse o homem identificado pelas autoridades francesas no vídeo do Estado Islâmico em que são executados vários soldados sírios e o norte-americano Peter Kassig.

A família de Mikael Batista é de Chaves e emigrou para França há alguns anos. Já tinha conhecimento há algum tempo que jovem se encontrava a combater em Raqqa, na Síria.

José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, disse ao Expresso que o Governo não tem conhecimento desta morte. “É muito difícil obter uma informação proveniente da Síria pelas vias oficiais.”

A última entrada na sua conta do Twitter é de 11 de janeiro e a do Facebook encontra-se indisponível. A companheira do português e alguns amigos já anunciaram na mesma rede social a morte de Batista. Nos últimos meses a propaganda do Estado Islâmico tem noticiado a morte de alguns guerrilheiros com o propósito de poderem circular mais facilmente no Ocidente. Tem sido difícil para as autoridades saber da veracidade deste tipo de informações. Exemplo disso foi o de Imran Khawaja, de 27 anos, um jihadista inglês que simulou a sua própria morte na Síria para voltar em segredo à Europa. Khawaja regressou secretamente ao Reino Unido, mas acabou por ser detido pela polícia.
A confirmar-se a morte de Batista, esta é a terceira baixa portuguesa de guerrilheiros do Estado Islâmico. Em outubro, Sandro Monteiro (conhecido como “Funa”) foi abatido pela aviação ocidental. Era oriundo de Monte Abrãao, na Linha de Sintra, e tinha-se radicalizado em Londres.

O outro morto foi José Parente, que a 22 de maio se fez explodir dentro de um carro, no Iraque. A fotografia de Parente, que usava o nome de guerra Abu Osama Al-Faransi, surgiu em dezenas de páginas de propaganda do EI logo a seguir ao ataque. Tornou-se num mártir dos fundamentalistas islâmicos. O ataque suicida matou dezenas de inocentes.

RE

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