Embaixador da Guiné Equatorial nos EUA agride filha com a perna de uma cadeira

Pela segunda vez em alguns meses, uma incidente de violência levou a que a polícia fosse chamada à residência do embaixador da Guiné Equatorial nos Estados Unidos. A comunicação que as autoridades fizeram logo a seguir aos jornalistas deixa poucas dúvidas sobre o que se passou. O embaixador Ruben Maye Nsue Mangue terá agredido a sua filha adolescente com a perna de uma cadeira, fazendo-lhe uma grande ferida na cabeça e deixando-a com um olho negro e outras marcas.

Segundo fontes policiais, já em dezembro do ano passado tinha havido um episódio de violência doméstica na mansão em Arlington, Virginia (próximo de Washington), onde o embaixador reside com a sua família. A natureza concreta desse incidente não foi oficialmente revelada, mas parece ter-se revestido de alguma seriedade, ao ponto de já então ter sido necessário chamar a polícia.

O novo episódio ainda é mais grave. A filha do embaixador teve de ser hospitalizada, e ele apenas não vai responder perante as autoridades locais em virtude da ter imunidade diplomática. O Departamento de Estado, a quem a polícia enviou o caso, disse que está a investigar. As declarações posteriores vindas da embaixada, garantindo que a jovem se encontra bem, não soaram convincentes.

A Guiné Equatorial, um país de setecentos e quarenta mil habitantes situado a meio da costa ocidental de África, é muito rica em petróleo e tem o per capita mais elevado de África. Mas a riqueza não chega à maioria da população, e o país surge muito mal classificado na Escala de Desenvolvimento Humano. Metade dos habitantes não têm água potável, e a mortalidade infantil é elevada.

Já este ano, o país foi admitido como membro da CPLP, apesar de inúmeros protestos. O presidente Theodoro Obiang, o líder há mais tempo no poder em África, é considerado autoritário. As histórias de repressão política são acompanhadas por frequentes relatos de corrupção ao mais alto nível no país.

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