CRÓNICA DE FARO: No centenário do Sport Faro e Benfica

Opinião de João Leal

Completa 100 anos de brilhante e eclética existência o glorioso Sport Faro e Benfica, para nós e tantos outros o “Sport Lisboa” de tempos idos, assinalada efeméride que ocorrerá a 28 de Agosto do ano próximo. Trata-se de uma data que mais do que à dinâmica e prestigiada instituição importa a todo o concelho farense e ao próprio Algarve, afirmação que o fizemos, com toda a justiça e merecimento, baseada no historial construído, como querer, empenho, esforço e mérito, num quotidiano assumido e prosseguido.

É mais uma agreminação algarvia, na sua vertente desportiva, que atinge o centenário, na pegada do que já aconteceu a clubes com prática futebolística, no presente, ao Farense (1910), Olhanense (1912), Portimonense (1914), Esperança de Lagos e Lusitano Futebol Clube, VRSA, 1915 e a que corresponde o indefetível dever de ser assinalada com brilho, honra e dignidade que a filiar nº 1 do Sport Lisboa e Benfica o merece.

É que o município já distiguiu o clube quer com a medalha de Mérito Municipal, quer dando o seu honrado nome a uma artéria na urbanização surgida na ex-Horta do Ferregial, mas estes cem anos impõe-nos a todos os que estão ligados à capital sulina, à cultura, desporto e lazer, a organização de um conjunto de eventos que constituam na sua essência o merecido apreço valiosíssima obra desenvolvida pelo ex-Sport Lisboa e Faro.

A par do seu reconhecido ecletismo desportivo (futebol a militar na I Divisão Regional e sócio fundador da antiga Associação de Futebol de Faro, hoje Associação de Futebol do Algarve; ciclismo – primeira presença do Algarve na Volta a Portugal; basquetebol; andebol; atletismo; hóquei em patins; boxe; xadrez; ténis de mesa; vela – com posto náutico próprio na Doca; ginástica; etc.), ocorre-nos à memória o que foi, décadas a fio, o convívio e animação com os famosos bailes e a cultura, com relevo para as revistas, onde se destacaram os sempre lembrados artistas farenses José Féria Pavão (um benfiquista dos quatro costados) e João Veríssimo.

A sua sede, no Teatro Lethes, foi até aos 50 anos do século passado, a melhor das existentes em clubes de Faro e resistindo “a ventos e marés”, hoje com uma dignidade assumida em imóvel no largo de Pé da Cruz, prossegue a história. O parque anexo, hoje local de estacionamento de ambulâncias, no Largo das Mouras Velhas/Rua Horta Machado, foi cenário de memoráveis sessões desportivas (lembram-se daqueles combates de luta livre com o campeão do mundo José Luís?) e local onde surgiu, em 1930, o famoso e honra algarvia Grupo Folclórico de Faro, lídimo embaixador por esse mundo em fora das tradições do Algarve.

Se a memória se inclina em grata recordação a um conjunto de dedicados dirigentes, sócios e atletas, essa gratidão e apreço foca-se, de igual modo, em quantos, sem desfalecimentos, têm conduzido e servido, com exemplar dedicação, o Sport Faro e Benfica.

Por tudo o escrito e tanto mais que há para dizer assinalar este 1º centenário é um dever que se impõe à comunidade farense!

João Leal

 

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