Costa confirma transformação do CHA em Centro Hospitalar Universitário

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O primeiro-ministro António Costa confirmou ontem, em Faro, que “o Centro Hospitalar do Algarve (CHA) vai ser transformado em Centro Hospitalar Universitário”.

O chefe de governo, que se deslocou à região para inaugurar o novo terminal do aeroporto de Faro, acrescentou que o objetivo desta transformação passa por criar condições para que os profissionais possam conjugar o exercício da medicina, com a investigação científica. “Uma oportunidade de formação, mas sobretudo de valorização das suas carreiras”, disse.

Já em março deste ano, o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, Paulo Morgado, revelou ao JA que esta alteração vai acrescentar mais qualidade ao nível da investigação e da assistência aos doentes.

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Segundo explicou Paulo Morgado, esta mudança “não é uma simples alteração de nome”. O modelo de gestão do centro hospitalar algarvio que está prestes a ser implementado é “a melhor solução possível” para corrigir as lacunas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no Algarve. “Neste momento, o CHA está metido num grande imbróglio e os problemas avolumam-se. A nossa ideia é criar uma estrutura com mais funcionalidade, dando uma verdadeira autonomia aos quatro polos que vão constituir o novo CHUA: as duas unidades hospitalares (Portimão/Lagos e Faro), o Centro de Medicina e Reabilitação Física do Sul (em São Brás de Alportel) e o centro académico da Universidade do Algarve”, adiantou ao JA.

De acordo com Paulo Morgado, a ligação do centro hospitalar à universidade vai permitir “dar projeção e alavancar o curso de medicina”, que considera ser “um interesse estratégico para a região”. O responsável sublinhou que esta mudança será positiva para o sistema de saúde e uma enorme mais-valia para as duas instituições, já que, por um lado, esta parceria vai acrescentar mais qualidade ao nível da investigação e da assistência aos doentes. Por outro lado, os estudantes vão beneficiar por estar num hospital reconhecido pela tutela com características de hospital universitário.

“Esta ligação à universidade vai conduzir a uma maior atração de investimentos, projetos de investigação, ensaios clínicos e permitir atrair e fixar profissionais altamente qualificados”, referiu o presidente da ARS, lembrando que o Algarve debata-se há vários anos com uma crónica falta de médicos.

“O nosso objetivo também passa por reforçar a dinâmica entre o centro académico e o centro hospitalar, pois essa é uma questão importante para atrair novos profissionais de saúde e ajudar a fixá-los na região”, sublinhou.

Questionado sobre o futuro do Hospital de Portimão, Paulo Morgado avançou que o objetivo é “devolver as valências e a capacidade que esta unidade hospitalar perdeu” desde a fusão do CHA, em 2013. “Nestes últimos anos, verificou-se uma grande descapitalização em termos de profissionais e os serviços perderam capacidade”, acentuou.

Já em relação ao velhinho Hospital de Lagos, o novo presidente da ARS adiantou que “o grande problema desta unidade hospitalar são as suas instalações, que são muito antigas, com vários séculos”.

Neste caso, explicou, “será preciso encontrar uma nova solução para esta unidade, mas neste momento não há condições financeiras para avançar com um novo projeto em Lagos. Ainda assim, é um problema que não será esquecido”, garantiu.

Quanto ao futuro do Centro de Medicina e Reabilitação do Sul (CMFRS), que passará também a constituir “um de quatro polos” no âmbito do futuro Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), o responsável esclareceu que este centro “tem tudo para funcionar de forma totalmente autónoma” em termos de gestão.

Entretanto, o jornal Público adianta que o futuro Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) será liderado por uma nova administração, que fará a ligação com o curso de medicina da Universidade do Algarve. Ana Paula Gonçalves, jurista reformada, antiga presidente do conselho de administração do Hospital de Faro será a escolhida para liderar a nova estrutura hospitalar. O número dois deverá ser Hugo Nunes, economista, quadro do Hospital de Faro, atual vice-presidente da Câmara de Loulé, socialista. O Pública adianta ainda que a nova administração, após tomar posse, tem 120 dias para elaborar o regulamento interno, em conjugação com a Administração Regional de Saúde (ARS).

Nuno Couto | Jornal do Algarve

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