Cinco enfermeiros contraíram tuberculose no Hospital de Portimão

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O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) acaba de anunciar esta terça-feira que cinco enfermeiros e dois assistentes operacionais têm tuberculose latente. O sindicato acusa ainda o secretário de Estado da Saúde, Leal da Costa, de desvalorizar a situação.

O problema foi tornado público no início de fevereiro, quando se soube que 28 profissionais de saúde estiveram expostos durante um mês (em setembro/outubro de 2014) a um doente com tuberculose no Hospital de Portimão, tendo aguardado vários meses pelos resultados dos exames de despiste. O caso veio a lume numa altura em que se soube, também, que na unidade de Faro um enfermeiro contraiu tuberculose no serviço de cirurgia. Seis meses depois, os resultados confirmam que cinco enfermeiros e dois assistentes têm tuberculose latente.

O sindicato lembra que, ainda em fevereiro, o secretário de Estado Leal da Costa disse na Comissão Parlamentar de Saúde que “o Hospital de Faro sabe o que tem de fazer e que nos resta esperar que faça aquilo que tem de fazer em contextos deste género [de acordo com as normas estabelecidas pela DGS].”

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Porém, o SEP alega que “o hospital não fez o que indicam as normas da DGS”. “Tendo o CHA tido conhecimento a 31 outubro 2014 da situação de exposição não protegida dos profissionais de Portimão, só meio ano depois concluiu a avaliação de risco”, lamenta o coordenador do sindicato no Algarve, Nuno Manjua.

“Perante uma situação desta gravidade, o secretário de Estado deveria ter tomado as devidas diligências para averiguar o que foi feito nesta situação e noutras semelhantes, uma vez que está em risco não só a saúde dos profissionais (que só agora iniciarão a medicação com a duração de seis meses), mas um possível contágio às suas famílias e aos doentes”, protesta o sindicalista.

“Os enfermeiros cuidam das pessoas, mas ninguém cuida deles”

O sindicato lembra ainda que a falta de profissionais de saúde e materiais nas instituições e a falta de consultas e exames periódicos, levam a que os acidentes profissionais e doenças de trabalho aumentem.

“Os profissionais de saúde, no concreto os enfermeiros, cuidam das pessoas, mas ninguém cuida deles. Nem o salário que auferem compensa o risco que correm, e o Ministério da Saúde teima em não corrigir esta realidade”, realça Nuno Majua.

Entretanto, a Inspeção Geral de Atividades em Saúde já se encontra a investigar a situação.

NC/JA

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