O presidente da Federação Regional do Algarve do Partido Socialista, António Eusébio, defende que “já não existem as menores condições para a manutenção no exercício de funções do ministro da Saúde e dos responsáveis regionais, nomeados por ele, face à incapacidade de resolver, ou pelo menos atenuar, os problemas com os quais os serviços públicos de saúde se confrontam no Algarve”.
António Eusébio lamenta que, mais uma vez o Algarve, e em particular os Serviços de Urgência Básica de Loulé e Albufeira, sejam notícia pelos piores motivos, devido à falta de médicos, de enfermeiros e de assistentes operacionais para assegurarem este serviço essencial aos cidadãos do Algarve e aos turistas que nos visitam. Manifesta a sua solidariedade com os autarcas de Loulé e de São Brás de Alportel, Vitor Aleixo e Vitor Guerreiro, e felicita-os pela iniciativa de defenderam as suas populações exigindo uma solução de estabilidade para o funcionamento da SUB de Loulé.
O líder dos socialistas algarvios refere que esta tem sido uma situação reiterada e que já motivou a intervenção do PS Algarve, da Comissão Parlamentar de Saúde da Assembleia da República, dos deputados do PS e de outras forças políticas e dos autarcas do Algarve.
Ainda na passada semana a Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos e o seu bastonário denunciaram a situação de degradação dos serviços de saúde do Algarve, e em particular os seus serviços de Urgência, e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses questionou o porquê de não se abrirem mais vagas para enfermeiros quando é reconhecida a falta destes profissionais.
“Em resposta, vieram os responsáveis regionais pela área da saúde, desculparem-se um com o outro no que se refere à responsabilidade pelo não funcionamento dos serviços, perante o sacudir de água do capote por parte do ministro Paulo Macedo, que de uma forma irresponsável atirava as culpas para a Administração Regional de Saúde do Algarve e para o Centro Hospitalar do Algarve, ao mesmo tempo que prometia a contratação de médicos e enfermeiros na Assembleia da República”, refere António Eusébio.
“É incompreensível que o ministro da Saúde, Paulo Macedo compactue com esta situação e não tenha chamado já a si a resolução deste problema. É certo que o Algarve fica ‘longe’ de Lisboa, mas nem por isso merecemos menos respeito!”, expressou António Eusébio.
Mas estes constrangimentos transversais a todos os SUB do Algarve, têm obrigado a que alguns turnos tenham sido assegurados apenas por um médico, outros assegurados por médicos retirados às consultas de recurso que não são feitas, falta de enfermeiros e horários por preencher por parte dos assistentes operacionais.
“Como é possível assegurar serviços de qualidade, ou mesmo de segurança mínima, para os doentes nestas circunstâncias?”, questiona o presidente da federação do PS Algarve. “Continuam ainda a faltar materiais básicos de consumo ou utilização clínica. Este é o resultado da pouca atenção que foi dada às nossas preocupações e alertas mas, acima de tudo, é o resultado da pouca, e estou a ser generoso, atenção para com o Algarve”, continuou o presidente do PS Algarve.
Perante este quadro e após vários alertas do PS Algarve, António Eusébio considera que os responsáveis pela Administração Regional de Saúde e pelo Centro Hospitalar do Algarve não têm mais condições para continuar, e defende a demissão do próprio ministro da Saúde, Paulo Macedo, que é “incapaz de resolver esta situação”.