A sonda Juno, que iniciou a sua viagem rumo a Júpiter há cinco anos, entrou esta terça-feira na órbita do maior planeta do nosso sistema solar, tendo sido capturada pela sua gravidade como os cientistas da agência espacial norte-americana (NASA) pretendiam.
A nave, um observatório espacial não-tripulado e movido a energia solar, tinha partido há cinco anos para o Espaço com a missão de estudar a estrutura e as origens de Júpiter, que ter-se-á formado há cerca de 4,5 mil milhões de anos. Os cientistas acreditam que a estrutura e a química do planeta gigante, em particular do seu interior, escondem pistas sobre como é que nasceu.
Os engenheiros da NASA tinham avisado que usar rockets de propulsão para desacelerar a velocidade da sonda de forma a que esta se aproximasse de Júpiter era uma missão arriscada, mas a partir da sede da agência espacial celebraram o sucesso do disparo e a consequente entrada em órbita, pelas 4h53 da manhã em Lisboa.
Nunca uma nave se tinha aproximado tanto do planeta, sobretudo porque os cintos de radiação que o protegem têm a capacidade de destruir a maior parte dos equipamentos eletrónicos. Para lá chegar, a Juno percorreu 2800 milhões de quilómetros desde 2011.
Num dos seus cálculcos, os cientistas previam que a entrada em órbita da Juno ia corresponder a uma dose de radiação equivalente a um milhão de raio-X aos dentes, razão pela qual a sonda foi construída à semelhança de um tanque com uma proteção de titânio, o que permitiu a maior aproximação de uma nave a Júpiter desde que o Homem começou a aventurar-se no Espaço.
Apesar de os riscos de radiação se manterem, agora que entrou em órbita a Juno deverá conseguir preparar os seus instrumentos para começar a analisar o que se esconde sob as nuvens opacas que rodeiam o planeta. A entrada em órbita esta terça-feira coloca a sonda numa elipse à volta de Júpiter que demora cerca de 53 dias a estar completa.
Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)