A profissão de cantoneiro de limpeza – ou “lixeiro” – foi sempre uma das mais subvalorizadas pela sociedade. Além de passar despercebida aos olhos da maior parte da população, esta é uma das atividades mais atingidas por acidentes de trabalho na região. Entre os riscos que correm diariamente contam-se lesões, cortes, doenças, infeções e até atropelamentos, sem esquecer que trabalham à noite e ao frio. No Algarve, homens como Sérgio vão pendurados num camião, de porta em porta, de contentor em contentor, para recolher o lixo dos outros. É o preço que alguém tem de pagar para limpar a região e manter a vida a correr…
O Algarve é hoje um dos destinos turísticos mais procurados por turistas de todo o mundo devido ao seu potencial natural, das praias às serras, passando igualmente pelas aldeias, vilas e cidades. E isso também se deve, em grande parte, ao trabalho “invisível” de quem está a recolher o lixo e a proteger o meio ambiente.
“Os cantoneiros trabalham todos os dias faça frio, chuva, vento ou calor. Andamos sempre em contrarrelógio para cumprir o serviço, em ritmo acelerado de trabalho, em turnos noturnos e prolongados. E os perigos são muitos”, desabafa Sérgio Cabrita ao JORNAL DO ALGARVE.
Todas as noites, o ritual deste cantoneiro de 45 anos e mais 60 colegas cantoneiros de Silves é o mesmo. Chegam às instalações do parque de viaturas municipais um pouco antes das 4h00, marcam o ponto, vestem as fardas e saem no rasto do camião do lixo para fazerem a ronda. São seis horas pendurado em cima de um “pernil” do camião do lixo, a esvaziar e carregar contentores pesados, de um lado para o outro. “No verão, chegamos a trabalhar assim sem folgas.” E o salário base que levam para casa é 580 euros.
A profissão mais perigosa
Como se não bastasse, para além da dureza e do desgaste, a profissão de cantoneiro de limpeza também é uma das mais perigosas. À primeira vista, a maioria das pessoas diria que a atividade dos polícias e dos bombeiros é mais arriscada, porque colocam a vida em perigo, precisam de uma boa preparação física e coragem para enfrentar os desafios impostos pela sua profissão. No entanto, apesar de passar despercebida à maioria da população, a região também não conseguia (sobre)viver sem os cantoneiros.
“Nós corremos diariamente vários riscos, desde lesões e cortes, à exposição a materiais e substâncias contaminadas, doenças e infeções, passando pelo stress, ruído, calor, frio e humidade, não esquecendo o risco de atropelamento e esmagamento, além de outros ferimentos”, refere Sérgio Cabrita. E no Algarve já aconteceu tudo isto…
(REPORTAGEM COMPLETA NA ÚLTIMA EDIÇÃO DO JORNAL DO ALGARVE – NAS BANCAS A PARTIR DE 15 DE FEVEREIRO)
Nuno Couto|Jornal do Algarve
Tudo o que se afirma nesta reportagem sobre os cantoneiros de limpesa,nós percepcionámos em 1980 e logo que assumimos a presidência de Faro,estudamos as condições para a criação do Subsídio de RISCO E PENOSIDADE,,passando esses funcionários a serem compensados em mais 50% do seu ordenado
Belo exemplo! Parabens!
E caricato escrever sobre mim próprio. O político tem que saber ver o que o rodeia.Se não o souber e agir em conformidade,,não https://uploads.disquscdn.com/images/960dfe72a9852f82ae1966f10f905920636676029f82c317f7b4a5531c1648da.jpg passa de um vendedor da banha da cobra
Felizmente por se cantoneira mas infelizmente pelo ordenado e por.99%das pessoas não darem valor ao que nós fazemos. Pois sou cantoneira de varredura manual à 14 anos ….e os turistas elogiam o nosso trabalho .Tenho orgulho disso e de ser portuguesa. Mas tenho imensa pena da maioria parte dos moradores viverem do turismo e não darem valor ao que tem e não fazerem o meio ambiente melhor .Pois adoro ouvir elogios de qualquer parte de Portugal. ..