CRÓNICA DE FARO: Grupo de Teatro Lethes, 60 anos de vida!

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Completou sessenta anos de relevante atividade, que o tornaram numa referência entre os esteios da vivência cultural, o laureado Grupo de Teatro Lethes, que teve na marcada e marcante efeméride de há seis décadas o início de uma atividade ímpar em prol da cultura, de modo próprio da Arte Talma. Constituído por iniciativa do saudoso médico e educador, que foi o sempre lembrado Dr. Emílio Campos Coroa, aquando da sua vinda de Portimão para Faro e dos também permanentemente presentes nas evocativas saudade e lembrança, os distintos autores, seu irmão Eng. José de Campos Coroa e sua esposa Dra Maria Adélia Coroa, com o entusiasmo de um dedicado e valoroso conjunto de amadores farenses (João Veríssimo, Féria Pavão, Miguel Tinoco, Carlos Martins, Rui Rebocho, Joaquim Teixeira e toda uma vasta plêiade), iniciou a sua marcante ação no “teatrinho” do Círculo Cultural do Algarve (vem-nos à lembrança “O Marinheiro”, de Pessoa), passando depois pelas devolutas instalações do extinto “20 de Janeiro” denominando-se de “Teatro da Serrapilheira” até que, durante alguns anos frisou, contra ventos e marés no magnificente Teatro Lethes. Mas eram os espaços abertos (Convento das Freiras, Alameda João de Deus, Largos da Sé e do Carmo, Doca) que o seu diretor amava para as espetaculares encenações. Os prémios alcançados, quer coletivos quer individuais com a “Triologia das Barcas”, no Teatro da Trindade em Lisboa consagram para a posteridade o brilhante historial do Grupo Lethes, “Castro”, “O grande teatro do mundo”, “Lugre”, são apenas pequenas lembranças de uma acção artística que se estendeu país em fora.
Para além da representação, que teve lugar no Clube Farense, assinalando o 60.º aniversário da fundação, hemos que referir no “Dia da Cidade” a homenagem prestada à honrada memória da Dra. Maria Amélia Campos Coroa (a melhor representação, até hoje conseguida da obra vicentina “Súplica da Cananeia”) que, em 2011 fora distinguida, com todo o merecimento e vali pela Câmara Municipal de Faro, com a “Medalha de Ouro” face ao que foi a sua vida de educadora, de mãe e esposa e de atriz). O nome desta ilustre senhora dado a uma artéria na freguesia de Montenegro, onde entre nós, viveu grande parte da sua vida fica como a gratidão e admiração das gentes da capital sulina através da deliberação da autarquia. Foi-o em cerimónia ocorrida na mesma sequência e com igual valia a outro empenhado autarca e farense de eleição, o Prof. João Negrão Belo, que presidiu, durante anos aos destinos do município.
Temos uma gratificante admiração e orgulho neste Grupo de Teatro Lethes, testemunhando o nosso expressivo sentido ao assinalar-se o 60.º aniversário, curvando-nos ante a memória da distinguida Dra. Amélia e esperando que o seu filho, o responsável maior pelo conceituado elenco, o médico Dr. Emílio Coroa prossiga o brilhante historial!

João Leal

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