ANTÓNIO PINA
Que me desculpe o caro leitor se, involuntariamente, dei a entender que iria falar sobre o 28 de Setembro do P.R.E.C.
Gostaria, isso sim, de falar sobre o que se poderia acontecer após as comemorações do Dia Mundial do Turismo.
Como habitualmente Portugal comemorou a efeméride, desta vez, na Região Centro. Parabéns pela iniciativa!
No Algarve, a data e a pré-data não passaram despercebidas e cada um escreveu sobre a mesma como melhor entendeu.
O que me chocou, pela falta de criatividade, foi, de novo, a velha e estafada polémica sobre a maneira como se lêem ou se compatibilizam os números da A.H.E.T.A. e os do Instituto Nacional de Estatística, sobre o número de turistas que nos visitam e as receitas que geram.
Sempre recusei envolver-me nessa polémica, na medida em que se quer comparar dados que não são comparáveis pela forma técnica como os mesmos são recolhidos.
Um dia, voltarei a este tema, mas fazê-lo agora seria incorrer no mesmo erro.
Como eu gostaria que se tivesse falado do futuro difícil, mas promissor, do Turismo na nossa Região.
Gostaria, antes que tivéssemos falado das potencialidades da observação das aves, da observação da fauna e flora marinhas, da Via Algarviana, das potencialidades do Algarve profundo, do Turismo Acessível, do Allgarve (só com um l), das verbas que aqui se geram adstritas ao turismo (IVA e as verbas de jogo dos Casinos) e das que realmente regressam à Região para investimentos na mesma, nas relações de (des)confiança estabelecidas entre as entidades regionais e as centrais, enfim do futuro!
Porque não falamos da Rota dos Descobrimentos entre Lisboa, Sagres/Lagos e Sevilha, quiçá a única forma de atrairmos o mercado turístico do Oriente?
Ou da hipótese de a Red Bull Air Race deslocar o seu festival aéreo para o Guadiana, criando assim um festival interfronteiriço para prazer dos dois lados do rio e permitindo ainda partilhar despesas?
Ou por que não reflectir sobre a maior ou menor valia do programa Allgarve, da sua calendarização ao longo do ano, da sua articulação com as autarquias e agentes turísticos, da sua construção regional autónoma (como este ano ocorreu!), enfim, da qualidade e não da quantidade dos eventos.
Os dias dedicados aos aniversários, julgo eu, servem para desejarmos aos aniversariantes felicidades e êxitos no futuro!
Porque esperamos, todos nós, para trabalhar de mãos dadas por um Algarve com mais Futuro e menos camisolas pessoais e institucionais?
Façamos pois cada um, da nossa cidadania participativa, a rampa de lançamento para atingir o bem da causa comum: O ALGARVE.
*Cidadão algarvio
Nota: O autor não escreveu o artigo ao abrigo do novo Acordo Ortográfico