VRSA: Financiamento de consultas e cirurgias faz “estalar o verniz” entre Câmara e oposição

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O PSD de Vila Real de Santo António (VRSA) acusou o PS e o PCP de estarem “contra a saúde dos vila-realenses”, devido ao facto de terem votado contra a criação do programa “Cuidar”, uma parceria inovadora desenvolvida pelas câmaras municipais de VRSA e Olhão para financiar consultas e cirurgias ao munícipes mais carenciados.

Para o PSD de Vila Real de Santo António, liderado por Pedro Pires, a decisão dos vereadores eleitos pelo PS e PCP “é a prova de que estas duas forças políticas preferem colocar os interesses partidários à frente dos interesses das pessoas, não olhando a meios para atingir os fins”.

Os sociais democratas vila-realenses consideram que o projeto, “além de inovador, é, antes de mais, um claro sinal de coragem política que permite a poupança de recursos para as autarquias e constitui uma forma de ultrapassar as deficiências do Serviço Nacional de Saúde”.

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O PSD sublinha ainda que o “Cuidar” permite “combater as listas de espera na área da oftalmologia, tendo em consideração o novo aumento do tempo de espera para cirurgia nesta especialidade, que ultrapassa atualmente os dois anos no sul do país”.

O PSD de VRSA recorda ainda que a implementação do “Cuidar” foi alvo de uma consulta pública aos principais operadores de saúde algarvios, tendo o Centro Hospitalar do Algarve sido uma das entidades contactadas no âmbito da consulta efetuada, “não tendo, contudo, apresentado qualquer proposta”.

PS considera que houve “má fé”

Entretanto, em comunicado enviado às redações, os vereadores socialistas, David Murta e Luís Salas, garantem que o PS “nunca votou contra propostas deste género”, mas explicam que o fizeram desta vez devido ao facto de o projeto ter sido apresentado antes de ter sido discutido em reunião de câmara.

“Tudo tem limites. O facto da apresentação pública do projeto “Cuidar” ter sido efetuada anteriormente à própria discussão e votação do respetivo protocolo em reunião de câmara é bem demonstrativa da má fé do executivo PSD, ficando bem patente quem é que não olha a meios apara atingir os fins”, referem os socialistas.

Os vereadores do PS explicam que chegaram a colocar ao presidente da autarquia, o social democrata Luís Gomes, algumas “questões básicas” sobre o projeto.

“Face às respostas vagas, nada esclarecedoras e omissas, e considerando ainda e mais uma vez a forma indecorosa que o executivo PSD trata a oposição em processos desta natureza, que dado o seu teor sensível seriam merecedores de mais rigor, transparência e consenso, não restou outra alternativa, aos vereadores do PS. Votar contra a proposta apresentada.”

Os socialistas sublinham que a sua posição não se ficou a dever ao objeto do protocolo em sim, mas ao “método político de gestão desonesto do executivo PSD”.

PCP fala de “promoção de negócios privados na saúde”

Antes, a Direção da Organização Regional do Algarve (DORAL) do PCP já tinha considerado, também em comunicado, que o acordo assinado entre os municípios de Olhão e Vila Real de Santo António na área da saúde procura “tirar proveito do desespero das populações”, para “colocar doentes no Hospital Particular do Algarve para operações às cataratas pagas com recursos que são retirados às respectivas câmaras municipais”.

“No fundo, estes autarcas do PS e do PSD assumem-se como angariadores de clientes e financiadores dos negócios privados deste grupo económico na área da saúde à custa dos recursos das respectivas autarquias já de si bastante endividadas”, referem os comunistas.

O PCP lamenta que a decisão tenha sido realizada “à margem dos executivos municipais”, já que os vereadores da CDU de ambas as autarquias “só tiveram conhecimento do processo nas vésperas do seu anúncio”, e considera que o projeto “converge com os objectivos do Governo de destruição do Serviço Nacional de Saúde” e “abre a porta à sinistra proposta, apresentada nos últimos dias pelo Governo PSD/CDS, de transferência para as autarquias locais da gestão dos Centros de Saúde”.

Os comunistas defendem que “só com o reforço dos meios do Serviço Nacional de Saúde, que em vez de serem colocados ao serviço da banca e dos grupos económicos como têm feito sucessivos governos deverão estar ao serviço dos trabalhadores e das populações, será possível responder de forma integrada aos problemas das populações”.

Domingos Viegas

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