Votos por correspondência vão definir se Áustria vai ter primeiro Presidente de extrema-direita

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Alexander Van der Bellen (à esquerda) é apoiado pel’Os Verdes, enquanto Norbert Hofer é da extrema-direita

O candidato da extrema-direita austríaca está em rota para vencer o segundo e último turno das eleições presidenciais deste domingo, mas só esta segunda-feira é que se saberá se Norbert Hofer conseguiu derrotar o rival apoiado pel’Os Verdes, Alexander Van der Bellen, assim que forem contabilizados os cerca de 750 mil por correspondência – cerca de 12% dos 6,4 milhões de eleitores austríacos.

Este domingo, com os votos dos que vivem na Áustria contabilizados, o Ministério do Interior anunciou um empate técnico, com Hofer, do Partido da Liberdade (FPO), a angariar o apoio de 51,9% da população, garantindo uma ligeira vantagem dentro da margem de erro sobre o independente Van der Bellen, que obteve 48,1% dos votos, e deixando para os votos por correspondência a tarefa de desempatar os dois candidatos e decidir quem será o próximo Presidente do país.

A confirmar-se a antecipada vitória de candidato nacionalista, a Áustria tornar-se-á o primeiro Estado-membro da União Europeia a ter um chefe de Estado de extrema-direita. Apesar de o papel de Presidente ser largamente simbólico no país, uma vitória de Hofer marcará a ferros o momentum de partidos populistas anti-imigração e de extrema-direita em toda a Europa.

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No ano passado, cerca de 90 mil pessoas fugidas de guerras no Médio Oriente e em África pediram asilo na Áustria, o correspondente a 1% da população. Foi esse um dos temas centrais desta campanha, com Hofer a declarar que as fronteiras têm de ser encerradas e que é sua função “unir o país”.

Esta é a primeira vez desde a II Guerra Mundial que nenhum dos candidatos dos principais partidos austríacos, de centro-esquerda e centro-direita, chega à segunda volta das presidenciais. As eleições puseram a descoberto profundas cisões entre a população sobre que direção o país deve tomar para resolver problemas económicos e acomodar ou não as movimentações de refugiados e migrantes que estão a ser registadas a nível global.

Tanto o Presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker como o atual líder do Parlamento Europeu Martin Schulz já expressaram preocupação com a possibilidade de Hofer ser eleito Presidente.

Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)

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