Nuno Alves, professor de Educação Física no Agrupamento de Escolas D. José I, de Vila Real de Santo António, amante do BTT e praticante da modalidade no Núcleo Sportinguista de VRSA, propôs-se voltar a atravessar toda a Península Ibérica de bicicleta.
Trata-se da sua terceira aventura de travessia da Península, depois das realizadas em 2010 e 2012. Mas esta será mais longa. A partida para esta nova aventura é hoje, na cidade espanhola de Irun, na região do País Basco (junto à fronteira com França).
“A primeira parte será pelo Caminho do Norte de Santiago de Compostela, onde existem várias estruturas de apoio”, revela Nuno Alves.
Segue-se uma segunda parte, entre Santiago de Compostela e Fátima. “Seguimos pelo itinerário definido entre os dois santuários, marcado por setas azuis, onde também existem diversas estruturas de apoio”, explica.
A terceira parte do percurso, entre Fátima e Vila Real de Santo António, será por um dos itinerários mais usados pelos peregrinos do Algarve. “Vou atravessar o interior alentejano em direção a Beja, depois Mértola e, finalmente, Vila Real de Santo António”, refere Nuno Alves.
No total, serão cerca de 1.800 quilómetros e 15 dias a pedalar. A chegada a Vila Real de Santo António está prevista para o próximo dia 10 de agosto.
Mais de uma década a fazer percursos longos
“A primeira experiência de viajar de bicicleta foi em 2001, em Marrocos. Uma pequena incursão de três dias junto ao Atlas. Foi o ‘clic’ que despertou a curiosidade e a vontade de viajar em autonomia”, explica Nuno Alves.
A partir daí, as aventuras, a pedalar, nunca mais acabaram. “Fui realizando pequenas viagens, em Portugal e Espanha, pequenas experiências que enriqueceram os meus conhecimentos e mantiveram a motivação para avançar com projetos mais ambiciosos”, conta este professor de Educação Física.
Duas travessias da Península nas pernas
Há cerca de quatro anos decidiu fazer o denominado Caminho Francês de Santiago, itinerário de peregrinos com início nos Pirinéus (na localidade francesa de Saint Jean Pied de Port) e final em Santiago de Compostela, na região espanhola da Galiza. Para completar a travessia da Península, de este a oeste e pelo norte, seguiu depois até ao Cabo Finisterra. Foram cerca de mil quilómetros em dez dias.
Há dois anos aventurou-se na chamada Via da Prata, Caminho de Santiago com início em Sevilha. “Desta vez regressei a Vila Real de Santo António a pedalar, criando uma ligação entre as duas cidades [Santiago de Compostela e VRSA]. Foram 1.870 quilómetros em 15 dias”, recorda este vila-realense, que começou a praticar BTT em 1991 e a realizar percursos longos de bicicleta há cerca de 13 anos.
Promover a atividade física e a utilização da bicicleta
Desta vez, a travessia da Península tem o objetivo de ligar duas cidades fronteiriças (Irún e Vila Real de Santo António) e os dois principais santuários católicos da Península Ibérica (Santiago de Compostela e Fátima), mas também integrar a cidade pombalina nas rotas velocipédicas da Europa.
“O gosto por viajar a pedalar levou-me a investigar itinerários europeus de cicloturismo. Verifiquei que alguns dos principais itinerários passam perto de Vila Real de Santo António, mas, também, que existe algum desconhecimento dos mesmos, tanto pelos cicloturistas como pelos locais”, lamenta Nuno Alves.
Este projeto surge, ainda, com o objetivo de “realizar o Caminho do Norte de Santiago de Compostela, bem como promover a atividade física e a utilização da bicicleta como um veiculo de transporte utilitário e de lazer”, explica.
Para Nuno Alves, viajar de bicicleta e em autonomia “é mais do que pedalar, é uma forma de conhecer e sentir melhor os locais por onde passamos, faz-nos crescer como seres humanos e desenvolve competências pessoais que estão ocultas pelo modelo social atual”.
Esta nova aventura pode ser acompanhada no facebook (“travessiaibérica”) e no site que Nuno Alves possui no Google(“sites.google.com/site/trilhandocaminhospelomundo”).
Domingos Viegas
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