As marcas da presença humana na Boca do Rio remontam ao século I, tendo já sido encontrados maravilhosos fragmentos de uma remota história regional. Este local – considerado um dos mais emblemáticos e interessantes sítios arqueológicos de época romana da costa algarvia – está a despertar cada vez mais as atenções dos investigadores internacionais. As campanhas arqueológicas sucedem-se e os resultados têm superado as expectativas. No final dos trabalhos, prevê-se “uma série de inéditas novidades”
Está em curso, até ao final deste mês de setembro, mais uma investigação levada a cabo por uma equipa de arqueólogos e de geólogos no arqueossítio romano da Boca do Rio (em plena praia), em Budens, no concelho de Vila do Bispo.
O local foi descoberto após o maremoto de 1755, mas só a partir de 1878, com Estácio da Veiga, é que se iniciaram os trabalhos de escavação e investigação do sítio. Já nessa época o investigador algarvio identificou a erosão costeira como um dos principais problemas que afetava a preservação das estruturas arqueológicas devido ao contínuo recuo da linha de costa que afetava as ruínas.
Entre os achados que já foram identificadas através de escavações arqueológicas encontram-se moedas de Nero (54-68) e de Honório (395-423) e um tesouro com mais de mil numismas, médios bronzes do Baixo Império, sobretudo de Constâncio (305-306), Honório e Arcádio (395-408), Imperador do Oriente. Descobriu-se ainda numeroso material, vidros, bronzes figurativos, como uma estatueta de Hera e um cupido alado e uma telha com uma marca romana…
(NOTÍCIA PUBLICADA NA ÍNTEGRA NA ÚLTIMA EDIÇÃO DO JORNAL DO ALGARVE – NAS BANCAS A PARTIR DE 7 DE AGOSTO)
Nuno Couto | Jornal do Algarve