VAI ANDANDO QUE ESTOU CHEGANDO

A situação política, é disso que se trata, não está de todo a correr de feição para toda a direita e a meu modo de ver, tampouco para a esquerda à esquerda do PS.

Previa-se que o arrumo de casa do PSD não se afigurava fácil, a oposição a Rio tem raízes profundas no aparelho. Os acontecimentos da última semana em torno do designado secretário-geral comprovam-no e em si mesmo abrem um novo quadro de dificuldades em torno do preenchimento do lugar. O comportamento do agora demissionário, envolvendo partes do seu currículo, fragilizou Rio, ainda sem tempo para se consolidar na liderança, e após as dificuldades porque passou em torno da eleição do líder parlamentar. Mas tanto quanto tais peripécias, o anuncio que o PSD só teria condições de se aproximar do poder lá para a década de 20, presumo que indispôs muito boa gente, o que singularmente, face aos dados da última sondagem do Expresso só dão razão a Rio, já que a diferença entre PSD e PS não perspectiva outra solução, sobretudo se vista igualmente na manifestação, praticamente ao meio, no prós e contra, a um futuro bloco central. Trata-se de uma questão de liderança é isso que está em causa e portanto a justificar algumas vozes a admitir um Congresso extraordinário, justamente para discutir quem passa a mandar ao centro direita.

Mas esta mesma sondagem que vale o que vale, esvazia a euforia populista do CDS/PP e da sua líder já que a meu ver, sem surpresas, já aqui o tinha escrito, reduz a sua expressão de apoio eleitoral a pouco mais de 6%. Ou seja o lugar que sempre lhe foi devido. Confundir o resultado das autárquicas em Lisboa, com todos os acontecimentos em torno da candidatura do PSD com o País, só se compreende com um momento de euforia, no qual a realidade está longe da ficção.

Mas também à esquerda do PS, quer para o PCP, quer para o Bloco, os dados não são animadores já que a expressão eleitoral que lhe atribui os coloca, par a par, nos 7%. Por sua vez a radicalização do discurso, sobretudo por parte de Jerónimo, não se afigura adequado ao alargamento necessário da sua influência política na sociedade e, embora mais habilidoso, o mesmo pode acontecer com o Bloco, sobretudo porque não dispõe de aparelho partidário no País. Talvez então fosse útil reflectir sobre a possibilidade de construção de uma plataforma comum, a concorrer às próximas eleições, solução que poderia dar às esquerdas outra representatividade e força na sociedade. Sei que tal possibilidade estará muito próximo da utopia mas, enfim, aqui fica, pelo menos, o desafio.

Na última reunião da AMAL foi aprovada uma decisão visando impor uma taxa por dormida a quem decidiu passar no Algarve os seus momentos de descanso e ócio. Convém entretanto aclarar que tal aprovação decorreu por unanimidade de quem nela esteve, já que o município de Silves, não se fez representar justificando a sua ausência e igualmente a sua discordância com a medida tomada. De facto, a meu ver, trata-se de uma decisão pouco pensada nas suas consequências. Quando muito tal taxa pode justificar-se em Lisboa e Porto porque oferecem um produto turístico diferente de uma zona balnear como o Algarve. Ou seja, destinos de curta frequência em muito atraídos pela cidade a sua história e património, ao contrário desta região vocacionada para ocupações mais longas e familiares. Haverá ainda que ter em conta a própria legalidade da decisão, sobretudo na diferença que separa uma taxa de um imposto, para o qual, se vier a ser considerado, as autarquias não têm mandato legal o fazer. Por último, sobra a importante questão de estarmos ou não a contribuir para a consolidação e valorização do destino, essencial, determinante, para a economia regional. Enfim, manda quem pode, nem sempre quem sabe!

Carlos Figueira

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