VAI ANDANDO QUE ESTOU CHEGANDO

Estou de volta passados que foram com rapidez fulminante três semanas nas quais ocorreram para além da participação em Congresso da APAVT visitas a dois países vizinhos das quais procurarei dar contas em próximas crónicas.

Quanto ao XLIII da APAVT, acolhido em Macau, com forte apoio da Região Autónoma Especial e só assim se justifica a sua realização nesse espaço territorial, teve a maior participação de sempre, mais de 600 congressistas, num modelo que percorreu em debate da história às novas tecnologias e aos desafios que as mesmas constituem para o futuro desta específica actividade, ou seja, vender viagens, sonhos, num mundo em profundas e contínuas mudanças.

Podemos considerar que o destino territorial facilitou, incentivou a participação até pelas condições que foram suportadas pelas autoridades locais, mas igualmente, a meu ver, por se tratar do reflexo de um ano turístico cujos resultados com a expressão que tiveram remontam há muitas décadas atrás e as perspectivas de crescimento no mercado chinês com a abertura de voos directos de Lisboa a Pequim com ligação a Macau oferecerem oportunidades de crescimento sobretudo para Lisboa, Fátima, Porto.

Mais, pela voz de um destacado dirigente da Região Especial de Macau, ficamos a saber que o objectivo para os próximos anos que têm em vista é a de transformar este território, como plataforma para todo o mundo lusófono.

Macau é hoje uma realidade completamente diferente daquela que conheci há dez anos atrás por ocasião de um Congresso da APAVT, então como participante de um painel composto por representantes de partidos com assento parlamentar, era então membro da Comissão Política com a responsabilidade de acompanhar e construir opinião sobre a política de turismo para o País na perspectiva do PCP.

Havia então em vésperas da transição da soberania portuguesa para a chinesa uma só ponte a ligar o território a outras margens da foz do Rio das Pérolas, hoje existiam mais duas e estava anunciada a inauguração de uma quarta para inícios do próximo ano com uma extensão de 56 quilómetros e seis faixas de rodagem para finalmente ligar “por terra” Macau a Hong Kong reduzindo o tempo de travessia da grande baía de duas horas para pouco menos de uma hora.

Macau é a única região da China onde o jogo é permitido daí que não haja hotel ou qualquer outro estabelecimento que não disponha antes de mais de um casino. Proveniente dessa receita permite-se que não se paguem impostos, os transportes públicos sejam gratuitos e as ajudas à formação mesmo em graus superiores sejam generosas. Esse é aliás tanto quanto me foi possível perceber o grande desafio do País, serem em algumas décadas, autónomos quanto à qualificação dos seus quadros nos mais diversos domínios da ciência. Quando tal objectivo for atingido transformam-se de facto na maior potência mundial. É para tal caminho, perspectiva, objectivo, que concorrem.

De resto já hoje, contrastando com dez anos antes, tudo é grande. Gigantescos edifícios preenchem o território. Todas as grandes marcas que fazem das compras um feitiço aqui estão presentes ao ponto, no dizer de alguns que as frequentaram, a preços mais altos dos praticados em Portugal, com preços de habitação na periferia a custarem por um T1 mil e duzentos euros. Esta é a nova realidade que com algum espanto nos confrontamos.

Carlos Figueira
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