VAI ANDANDO QUE ESTOU CHEGANDO

O prometido é devido e aqui estou de novo ao encontro semanal com os leitores do JA.
O verão começa a despedir-se. Foi violento marcado por secura e altas temperaturas que me provocaram momentos de grande debilidade para as suportar dada a fragilidade das minhas defesas. Para a actividade turística marcará, mais tarde teremos acesso a números, mas tudo o indica, como um ano dos melhores de sempre em afluência e quiçá também em termos de gastos por cada turista, reafirmando-se o Algarve como o maior destino para férias do País.
O mês de Setembro com a proximidade do Outono marca tempos de festas, feiras e romarias um pouco por todo o País e naturalmente também no Algarve, são ainda tempos de diversão e alegria para o que temos de enfrentar mais adiante.
Estranho por isso um certo discurso opinativo avançando com a ideia simplista de estarmos perante turistas a mais. É claro que é necessário planeamento no Algarve como em qualquer outra zona do País, mas continuo a considerar estranho, por quem sempre defendeu a iniciativa privada venha agora, sem qualquer suporte, admitir que se tem de limitar o número de crescimento de novos hotéis. Andamos há uma data de anos a defender o turismo e o seu crescimento como necessários ao equilíbrio e desenvolvimento da nossa economia, se pretenda agora o absurdo de usufruir dos benefícios que toda actividade turística proporciona sem turistas, porque quando são muitos incomodam.
O mês de Setembro anuncia acontecimentos de elevada importância política. Desde logo é um mês de campanha para as eleições autárquicas o que naturalmente provoca em todo o País uma onda de activismo político e igualmente alguma inquietação em todas as frentes partidárias. Dos seus resultados dependerá muito do futuro da liderança do PSD e quiçá mesmo do CDS/PP. À esquerda afigura-se-me mais pacífico o quadro, salvo a situação para o PS particularmente em relação a Lisboa e sobretudo o Porto. A CDU tudo indica que manterá as posições que dispõe e o Bloco não conta para este “campeonato“.
Mas é também um período em que entendimentos à esquerda, face ao próximo OE, estarão na primeira linha das preocupações dos portugueses e sobretudo das direcções do PS, do Bloco e do PCP,  estes últimos, suportes dos acordos que tornaram possível a governação encabeçada por António Costa e os avanços que permitiram a reposição de direitos sociais.
Todavia outro acontecimento muito mediatizado é o que reporta à situação da Auto Europa. Não me resta qualquer dúvida que esta empresa representando em Portugal uma cota de 1% do seu negócio, para o País assume uma importância crucial dada o o valor das exportações e o número de empregos que gere. Tempo presente tal realidade não se pode entrar num processo negocial sobre chantagem da empresa para com os seus representantes, trabalhadores que regeitaram por larga maioria a proposta de novos horários de trabalho apresentada pela Comissão de Trabalhadores que de seguida se demitiu.
O alvoroço que tal posição seguida de greve provocou no universo comunicacional traduzida em posições na esmagadora maioria dos casos em defesa da VW e da inevitabilidade da perda de direitos dos trabalhadores é bem um espelho do que temos como jornalistas e comentadores. Em alguns dos casos em artigos de um anticomunismo primário, contra em concreto do PCP como é ilustrado por RPL no último Expresso no qual esta senhora se atreve a afirmar que o PCP “tem agora uma janela de oportunidade para lançar um tiro no porta-aviões das empresas privadas“ o que de todo é fretista e portanto inaceitável.
Que a solução tem de passar por um acordo é de todo estimável. Que tal acordo não pode ser obtido num aclima de chantagem é indispensável para que o mesmo acabe com o impasse entre as partes.

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Carlos Figueira

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