VAI ANDANDO QUE ESTOU CHEGANDO

A mais recente sondagem à opinião do País, da responsabilidade da Eurosondagem, dá nota da descida da direita, num processo que sistematicamente se tem vindo a verificar, colocando PSD e CDS em mínimos históricos já que somados não representam mais de 36,2 % com o PSD a situar-se nos 29,2%. Em movimento contrário e também de forma sistemática o PS e os partidos que à sua esquerda apoiam o actual governo, significam a preferência de 55,3% dos inquiridos o que a acontecer em futuras eleições legislativas significava disporem em conjunto de um amplo apoio parlamentar.

Tais resultados sustentam a ideia que tenho vindo a expressar, de alargar os acordos firmados pelo PCP, Verdes e Bloco, para áreas da governação mais extensa, focando-se em matérias estratégicas para o desenvolvimento do País, alargando mesmo o seu período para além das próximas eleições legislativas. Da mesma forma que apesar do anuncio de cada um destes Partidos de concorrerem com listas próprias (excepção para PCP e Verdes que concorrem como tem vindo a acontecer no quadro da CDU) as eleições autárquicas deste ano podem, se para tal se registarem convergências, momento para apoios pós eleitorais, que podem ter expressão importante na formação de executivos e organização alargada de Assembleias Municipais, beneficiando, contribuindo para a qualidade da política autárquica a realizar em cada município ou, mesmo nas piores situações, a enfrentar em conjunto estratégias de oposição.

A direita no seu conjunto tem respondido a esta nova situação no plano político com a chicana política focada em detalhes fazendo de cada um deles, com largo apoio na generalidade da imprensa, alarido suficiente para se fazerem ouvir, perante um Pais que se revê nas políticas que têm vindo a ser executadas. A CGD tem vindo a ser utilizada exaustivamente neste processo. Agora em torno da sinceridade das afirmações do Ministro das Finanças Mário Centeno o que incompreensivelmente lhes permitiu em coro pedir a demissão do mesmo. Todavia por detrás deste cenário continua a estar presente o que sempre defenderam, ou seja, a privatização do maior banco português, questão que a maioria dos portugueses se vão progressivamente dando conta.

Mais recentemente o alvo tem como destinatário o Presidente da República com o argumento centrado nas declarações elogiosas do mesmo produzidas numa entrevista a um diário espanhol na qual expressou a surpresa agradável que lhe provocou a situação dos acordos à esquerda na estabilidade governativa. Marcelo tem surpreendido na sua acção como Presidente da República num mandato em que em várias circunstâncias pode ser criticado por invadir áreas da governação do País que extravasam as suas competências. Pode-se gostar mais ou menos das suas actitudes e comportamentos a raiar o populismo o que as torna mais expressivas em contraste com o exercício do seu antecessor este, que para além de um comportamento sisudo e distante, sempre que foi chamado apoiou e de que forma o governo de Passos e Portas. É necessário não perder memória porque só ela nos trás mais lucidez para analisarmos o que nos envolve.

No contexto de uma EU a contas com novos desafios, quer quanto às políticas que têm marcado os seus actos de governação e interferências na política de cada estado membro, a contas este ano com o resultados de eleições, particularmente em França e Alemanha, a solução governativa portuguesa à esquerda tem vindo a ser apreciada e elogiada. Que sirva de inspiração no combate à direita cada vez mais extremada em políticas xenófobas, autoritárias, colocando em causa direitos sociais e liberdade de expressão, direitos conquistados arduamente há mais de meio século atrás.

NB: Após realização de obras no aeroporto de Faro defendo que o mesmo se passe a chamar Aeroporto do Algarve Manuel Teixeira Gomes.

Carlos Figueira

 

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