Universidade do Algarve contribui para reduzir riscos de derrames de petróleo

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Desenvolver sistemas de previsão e mapas de risco de derrames de hidrocarbonetos, como petróleo e gás natural, é a principal missão da Universidade do Algarve no projeto europeu AtlantOS. O resultado final será conhecido dentro de quatro anos e poderá ajudar a região algarvia a lidar com uma eventual catástrofe ambiental

 

AtlantOS, um dos maiores e mais ambiciosos projetos europeus de investigação marinha das últimas décadas, foi apresentado na semana passada, em Bruxelas. Contando com 62 parceiros, de 18 países, entre os quais a Universidade do Algarve, este projeto pretende definir a estrutura geral do novo sistema de observação oceânico europeu, desenvolvendo observações in-situ e sistemas de previsão para uma melhor gestão e exploração sustentável dos recursos marinhos.

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A União Europeia vai financiar este projeto com cerca de 20 milhões de euros, durante um período de quatro anos, sendo que a coordenação cabe ao Geomar Helmholtz Centre for Research Oceano Kiel.

A iniciativa tem como parceiros universidades, empresas e institutos, que representam o que melhor se faz a nível mundial em observação e previsão oceânica.

Concretamente, no que diz respeito à UAlg, a sua participação centra-se na demonstração de produtos finais para os utilizadores, tendo em conta a componente dos derrames de hidrocarbonetos.

Neste âmbito, investigadores do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da UAlg irão desenvolver sistemas de previsão e mapas de risco dinâmico de derrames de hidrocarbonetos, cruzando simulações hidrodinâmicas com as rotas dos navios, utilizando, para isso, os dados europeus disponíveis para todo o Atlântico. Este conceito será aplicado a todo o oceano, numa ótica de demonstração. A costa do Algarve terá um tratamento especial visto já existir muito trabalho de base desenvolvido pela equipa para esta região.

Mais-valias para o Algarve

Segundo Flávio Martins, docente e investigador responsável pela coordenação deste projeto na UAlg, “os resultados finais do AtlantOS transcendem em muito as questões locais. Contudo, as mais-valias são garantidas pelo facto de termos uma equipa da UAlg no projeto que transferirá o conhecimento para a região”.

Tal como o JA adiantou em abril, a descoberta de petróleo e gás natural na costa algarvia poderá estar por dias. Segundo apurou o nosso jornal, o primeiro furo será realizado no quarto trimestre de 2015, altura em que o consórcio liderado pela petrolífera espanhola Repsol – que integra a Partex, com 10 por cento – deverá avançar para a realização do primeiro furo no offshore marítimo, a cerca de 40 quilómetros das praias, em frente à Ria Formosa.

Entretanto, e ainda no âmbito do mesmo projeto europeu, a mesma equipa de investigação da universidade algarvia está a desenvolver um sistema de previsão marítima da costa do Algarve (SOMA), “com valências não só na previsão do risco de derrames de hidrocarbonetos, mas também de outras aplicações para a economia local: aquacultura, pescas, turismo náutico, ecoturismo, ambiente, entre outras”.

NC/JA

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