Jovens desempregados licenciados com menos de 30 anos ou “seniores” com mais de 50 e bom currículo profissional podem candidatar-se até 27 de abril ao projeto “Unidos no Trabalho” (UAW, de United At Work, em Inglês), promovido pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa em parceria com o Banco de Inovação Social (BIS) e a União Europeia, através dos fundos do programa “Progress”.
As ideias de negócio a concurso são apresentadas esta quarta-feira na conferência Internacional UAW, que se realiza em Lisboa. “Os juniores, até aos 30 anos, têm de ser licenciados. Os séniores, entre os 50 e os 64 anos, podem não ser”, desde que tenham experiência profissional em cargos diretivos. “É a primeira vez que se põem duas gerações em pé de igualdade”, diz ao Expresso Maria do Carmo Marques Pinto, diretora do departamento de Empreendedorismo e Economia Social da Santa Casa.
O projeto abrange quatro áreas distintas – ação social, saúde, cultura e património -, uma vez que “os membros do BIS têm maior capacidade de dar apoio nestas áreas do que em outras”, afirma a diretora da Santa Casa.
O “Unidos no Trabalho” começou com sessões de esclarecimento em Alcoitão e em Lisboa, para identificar oportunidades de negócio. Participaram 350 pessoas inscritas nos centros de empregos.
Na primeira fase, serão selecionados 200 candidatos. Uma segunda seleção reduzirá para 120 o número de desempregados que vão formar equipas intergeracionais. Cada equipa terá um mínimo de duas pessoas e um máximo de cinco.
Portugal vence “concurso” europeu
Das 128 candidaturas apresentadas à Comissão Europeia no âmbito da “iniciativa intergeracional”, Portugal ficou em primeiro lugar. “Existem mais quatro projetos já financiados: dois são ingleses, um é espanhol e outro holandês”. O português conta com 80% do financiamento, que ascende aos 850 mil euros.
A diretora do departamento de Empreendedorismo e Economia Social da Santa Casa explica que “o empreendedorismo como instrumento de promoção da intergeracionalidade e de criação de cumplicidade entre gerações” foi o mote para este programa experimental.
Em novembro, as equipas selecionadas estarão prontas a apresentar “um plano de financiamento como qualquer outra empresa”. “Vão fazer o pedido de financiamento a nós (BIS) ou a qualquer outra entidade que queira financiar.” Para a diretora, o apoio no primeiro ano será “muito intenso”, para criar as condições ideais para que as empresas se possam tornar independentes.
Maria do Carmo Marques Pinto acredita que o “Unidos no Trabalho” pode vir a servir de recomendação para futuros programas, “se for bem sucedido”.
O UAW conta ainda com o apoio da Câmara de Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, Beta-i, Inatel, ACIDI, ISCTE e o Instituto de Formação Profissional.
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