TEODOMIRO NETO

 PoliticaMENTE

O estado da Nação

1 – O Pároco e o Presidente


Mário de Sousa é pároco da igreja de Portimão, orago: N.ª S.ª da Conceição. Pelo barlavento este jovem sacerdote é estimado pela franqueza das suas palavras; pela ação das próprias.


O Presidente, é Cavaco Silva; todos os portugueses conhecem a sua oralidade: Conceitos para rebanhos diferentes, e que o leitor, decerto, encontrará. O guia espiritual da cidade de Aníbal é o pastor de almas aos que lhe batem à porta da sua Igreja, mais em nome da fome que da fé. Mas Mário, como Pastor que é, não joga palavras de subterfúgio porque não tem leis a aprovar, nem conluios a defender. O padre Mário sabe que há casas onde não há para a fome; e conhece-lhes a raiz dos males. As suas palavras não têm o nevoeiro de Belém, nem as contradições confusas que, para além do povo, os anais vão registando para os tempos; nisso está a responsabilidades no presente que se regista para o futuro. E Belém não é uma instância de um tempo de conforto excelso do bem viver: há responsabilidades que o povo, sem indiferença, responsabilizou o inquilino temporário de Belém, em juramento.


Mário, o pároco, deixou o registo de um tempo de crise que é urgente emendar, em palavras e atos: A propriedade privada não é um direito absoluto mas relativo. Nada do que temos nos pertence: tudo existia quando chegámos e tudo ficará quando partimos (…) Uma empresa cria uma creche e diz que tem responsabilidade social. A responsabilidade social implica que o trabalhador contribua com o seu trabalho para a construção do bem comum, que passa pelo bem da empresa (…) perante a diminuição dos lucros e consequente espetro do desemprego, é necessário que o empresário seja solidário com os trabalhadores, renunciando a uma parte substancial dos lucros pessoais. Todos somos responsáveis por todos. O lucro é o regulador da vida das empresas mas não o único. A ele se deve associar a consideração de outros fatores humanos e morais. O trabalho realiza a pessoa humana, forma-a e transforma-a e está ao seu serviço e não ao contrário. Mas o homem não é apenas trabalho, define-se e realiza-se como pessoa humana pela pertença ou participação numa série de estruturas fundamentais ou complementares que tornam a viver verdadeiramente humano.


O Algarve de hoje tem o registo do maior desemprego nacional. Deram-lhe o estatuto de abastança europeia: fizeram as contas de análise pelos luxuosos hotéis e de ricos hóspedes: um espaço de paraíso artificial para os autóctones.

2 – As posições contrárias pelas recente decisão do Tribunal Constitucional em mandar o Governo repor uma igualdade aos funcionários públicos, logo o Sr.. 1.º Ministro e a fanfarra que lho segue, foi que o “homem” estava de saída. Logo o presidente de T.C. veio a público sublinhar que o acórdão foi mal interpretado pelo P.M., fazendo uma leitura redutora, lembrando que além dos rendimentos do trabalho há outros como os do capital.
Aos que advogam a sua extinção, lembramos que o T.C. é uma criatura recente na história da nossa democracia. Assim sendo o acórdão do T.C. vem recordar-nos que o contrato social do povo português, é o nosso compromisso de destino coletivo da Constituição de 1976.

3 – Ainda temos o caso do bispo da Forças Armadas, nas suas palavras e no contrário do seu superior, o ministro da Defesa, em contraditório. Ambos os cidadãos portugueses têm direito à expressão oral ou escrita. A arrogância do senhor ministro da Defesa lembrando, por conta própria, que o bispo, em causa estava a embaraçar a Igreja. É urgente lembrar, que em tal procedimento, Salazar, que deus haja, por menos e diretas palavras, expulsou o bispo do Porto, de Portugal, D. António Ferreira.
Tem razão o bispo de Braga, D. Jorge Ortiga quando afirmou, recentemente: Que isto são cristãos de sacristia.

4 – Não desejo entrar no léxico rasteiro do lixar. Mas já não há pachorra para tantos passos em relvas!

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