Subvenções vitalícias: PSD recua para travar revolta interna

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As conversas entre deputados do PSD prolongaram-se pela noite de ontem, à procura de uma solução que permitisse evitar a rutura na votação agendada para hoje de manhã no Parlamento, sobre as subvenções vitalícias para ex-políticos.

Ao que o Expresso apurou, a direção social-democrata aceitou negociar uma solução de compromisso e vai falar com o PS para tentar alterar o que os dois partidos ontem votaram na comissão de Orçamento e Finanças.

Vários deputados sociais-democratas consideraram a aprovação “uma vergonha” ou “um erro colossal”. A proposta, aprovada esta quinta-feira, foi apresentada por um deputado do PSD e outro do PS e prevê a reposição do pagamento de subvenções vitalícias a ex-titulares de cargos políticos (ainda que com um corte de 15%). Houve movimentações no sentido de suspender a votação da polémica proposta em plenário, que está agendada para hoje de manhã por iniciativa do Bloco de Esquerda.

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Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, articulou-se com Pedro Passos Coelho e ontem à noite fontes da direção da bancada admitiam que “em matérias relativas ao Orçamento do Estado há disciplina de voto”. Mas perceberam a necessidade de encontrar uma solução de compromisso que evitasse fraturas no grupo parlamentar e no partido, onde Carlos Carreiras, vice-presidente de Passos, apelidou o que ontem foi votado de “erro colossal”.

O CDS, parceiro de coligação, precaveu-se a tempo. O deputado do partido no Conselho de Administrração da Assembleia recusou-se a assinar a proposta que foi apresentada pelos colegas do PSD (Couto dos Santos) e do PS (José Lello) naquele orgão. E o CDS absteve-se na votação que ocorreu ontem na comissão parlamentar de Orçamento. Hoje, os centristas voltarão a abster-se, se houver votação.

Alguns dos deputados do PSD que estão contra a norma admitiam ontem à noite pedir a suspensão da votação, com o argumento de irem pedir ao Tribunal Constitucional que avalie a sua constitucionalidade. Mas a direção “laranja” travou o expediente, garantindo trabalhar numa solução de compromisso.

Certo é que a divisão no PSD em torno da questão chegou à direção do partido, com Carlos Carreiras a escrever um longo texto no Facebook a criticar o voto favorável do partido, que considerou “uma vergonha, um erro colossal e uma péssima decisão”.

Também Duarte Marques, ex-líder da JSD, escreveu no Facebook que “isto não vai ficar assim porque ainda a votação vai no adro”. E foi um dos que tentaram propor a Luís Montenegro uma saída, sem que este perca a face no processo, por ter decidido votar a favor na comissão de Orçamento e Finanças.

O desfecho é uma incógnita até à sessão plenária que começa às 10h00. O PS, onde alguns “seguristas” também criticam a reposição das subvenções, votou com o PSD na comissão e está disposto a votar no plenário. Mas vai ser contactado esta manhã sobre as alterações que os sociais-democratas querem agora introduzir na proposta.

RE

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