SMS: Façam furos de propeção sobre o futuro

Opinião de Carlos Albino

 

 

Justifica-se uma chamada de atenção, porque não é inteligência, passar como cão por vinha vindimada. No seu recente livro “A Sociedade do Custo Marginal Zero” (Bertrand, março-2016), o sociólogo e economista Jeremy Rifkin augura um futuro de energia gratuita que mudará radicalmente os modelos de produção e, com isso, a própria sociedade tal como a conhecemos. Depois de outros vaticínios feitos muito antes que todos os think-tanks do mundo e que já são realidade, Jeremy Rifkin não apresenta o fim da era obsessiva do petróleo como uma utopia, mas como uma realidade iminente. Há poucos dias, numa entrevista dada em  Dallas, durante o congresso internacional do World Travel & Tourism Council, Jeremy Rifkin assegurou que “nos encontramos perante o final das energias fósseis” e explica tintim por tintim porque a segunda revolução industrial já tocou no teto e está em pleno declive. A entrevista não cabe neste espaço, mas como que em resumo, Jeremy Rifkin afirma como certo que “os automóveis, tal como hoje os conhecemos, não estarão cá daqui a vinte anos” e que, nos EUA, por exemplo, “se em 1978, um vátio de energia solar custava 78 dólares, agora custa 50 cêntimos, e dentro de 18 meses custará 35 cêntimos”…

No Algarve, e com o que ocorre neste Algarve, em vez de muita ou tanta conversa fiada, julgo que Jeremy Rifkin deveria ser convidado pela Universidade do Algarve para uma intervenção e diálogo aberto. Seria oportuno e daria a necessária credibilidade à discussão do assunto. Uma universidade é para isso e Jeremy Rifkin não é inacessível e uma intervenção sua apenas nos ajudaria a fazer furos de propeção mas sobre o futuro que é mesmo o futuro imediato porque o relógio avança. Não é preciso coragem, basta querer e, por tudo, que querer que o cão não passe por vinha vindimada.

É verdade que Jeremy Rifkin é o guru do que chama “a terceira revolução industrial”, baseada nas energias sustentáveis e nas consequências da internet como as da economia colaborativa, trabalha como assessor de numerosos governos, desde a China, Dinamarca, EUA, Espanha e Alemanha, e também com a União Europeia. Uma vinda sua ao Algarve, na hora que passa e para uma intervenção na nossa melhor Casa da Inteligência, seria uma vinda honoris causa. E um furo de prospeção.

Flagrante sintoma: Quando um hospital como de Faro chega ao ponto de não dispor de uma cadeira de rodas, ou Faro tem muito movimento, ou a coisa está mesmo doente de há muito.

Carlos Albino

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