Salgado pediu “contraditório” mas não colaborou quando teve oportunidade

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Ricardo Salgado reagiu à divulgação da auditoria forense ao BES pedindo do direito a um “contraditório” mas esquece que recusou colaborar com a investigação.

O ex-líder do BES afirmou, através de comunicado, que “manterá o comportamento de não interferir ou condicionar o trabalho da comissão Parlamentar de Inquérito ou quaisquer procedimentos de averiguação que estejam em curso” e manifestou o desejo de vir a ter “um efetivo direito ao contraditório”. Mais: “uma defesa com a mínima igualdade de armas”. A vontade expressa não bate certo com a sua postura meses antes.

O Expresso sabe que o Banco de Portugal (BdP) enviou ainda no ano passado cartas a todos os ex-administradores do BES para que colaborassem voluntariamente com a auditoria que estava a ser realizada pela Deloitte. O objetivo era que pudessem aclarar dúvidas e facultar informações adicionais relevantes à análise já em curso à gestão do banco e apuramento de responsabilidades individuais. A maioria dos membros da comissão executiva acedeu, noticiava o Expresso Diário a 13 de novembro, e continuava a manifestar dispobilidade para manter a colaboração no que fosse necessário. Só dois elementos se recusaram a colaborar: Ricardo Salgado e Morais Pires, ex-CFO do BES.

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Ou seja, Ricardo Salgado desperdiçou a oportunidade de fornecer dados voluntários por entender que a repercursão mediática a que já estava sujeita a auditoria punha em causa o equilíbrio e isenção da mesma.

Esta quinta-feira, Salgado focou-se no “contraditório”, só desta forma “se chegará, finalmente, à descoberta da verdade sobre as razões que levaram ao desaparecimento do BES, não baseadas em pré-juízos ou conclusões pré-determinadas”, defendeu o antigo banqueiro.

O escrutínio parlamentar à queda do BES decorre desde 17 de novembro passado. A 9 de dezembro, os deputados ouviram Ricardo Salgado, o líder do banco privado entre 1991 e meados de 2014.

A administração do BES ignorou “21 vezes” as ordens ditadas pelo BdP “entre entre dezembro de 2013 e julho de 2014” e praticou “atos dolosos de gestão ruinosa”. As conclusões da auditoria forense encomendada à Deloitte está agora nas mãos do Ministério Público, depois de o supervisor ter feito chegar ontem o “sumário executivo” à comissão parlamentar de inquérito BES/GES.

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