Saída da União Europeia pode tornar o Reino Unido irrelevante

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“Enquanto historiadores do Reino Unido e da Europa, acreditamos que o Reino Unido tem tido no passado e terá no futuro um papel insubstituível na Europa”, lê-se na carta que mais de três centenas de historiadores de renome entre os quais se contam Simon Schama, Juliet Gardiner e Niall Ferguson, enviaram ao diário britânico “The Guardian”.

No texto, os académicos e escritores argumentam que o referendo de 23 de junho pode reduzir a uma irrelevância esse “papel insubstituível” e que a escolha será entre o país “ficar à deriva, condenado à irrelevância e a Europa à divisão e fraqueza; ou reafirmar o compromisso com a UE e fortalecer a coesão do nosso continente num mundo perigoso”.

O ministro das Finanças, que foi aluno de História em Oxford e tem liderado a campanha pela permanência na UE, recebeu nesta terça-feira um grande grupo dos sigantários do documento numa receção em Downing Street. George Osborne referiu-os como as “pessoas, que a partir de várias perspetivas, estudaram e escreveram sobre o modo como a história variada e rica do Reino Unido influenciou todos os cantos do mundo”.

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Osborne nomeou a propagação da democracia, a língua inglesa e o impacto das ligações comerciais decorrentes do ex-império colonial como o legado do Reino Unido a que os signatários da carta ajudaram a dar sentido, rematando: “Todos eles argumentam que, enquanto nação, estamos no nosso melhor quando confrontados com e empenhados no mundo”.

Niall Ferguson aproveitou a ocasião para criticar os argumentos nostálgicos a favor do Brexit defendidos pelo anterior presidente da câmara de Londres e paladino da saída do Reino Unido. Boris Johnson tentou desprezar o juízo do Reino Unido no mundo veículado por Barack Obama durante a recente visita do Presidente dos Estdos Unidos ao país. “Boris Johnson atribuiu vergonhosamente a afirmação de Obama à anglofobia do seu pai queniano”, concluiu o historiador.

O grupo de historiadores organizou-se em resposta à campanha a favor da saída, que reuniu um grupo de militares séniores reformados, incluindo o general Michael Rose e o veterano da guerra das Falklands, general Julian Thompson, lê-se na edição desta quarta-feira do diário “The Guardian”.

Cristina Peres (Rede Expresso)

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