Apresentada proposta para dar o nome de Gago Coutinho ao Aeroporto de Faro

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Gago Coutinho

O advogado Tomás Costa Nunes sugeriu hoje à Câmara Municipal de S. Brás de Alportel para que esta e as restantes câmaras municipais do Algarve, através da AMAL-Comunidade Intermunicipal do Algarve, proponham ao Governo a atribuição do nome “Aeroporto Internacional Almirante Gago Coutinho” ao Aeroporto de Faro.

“Sendo Gago Coutinho algarvio de sangue (senão mesmo de nascimento…) entendi que seria um justo tributo ao pioneiro da aviação mundial com origem na nossa Região a atribuição do seu nome à principal porta de entrada de turistas na nossa terra”, explica o promotor da proposta, que pretende ainda que seja criado “um movimento das forças vivas do Algarve que conduza à homenagem a tão ilustre algarvio”.

Os registos oficiais dizem que Gago Coutinho nasceu na cidade de Lisboa, mas Tomás Costa Nunes recorda uma conferência sobre a vida e obra de Gago Coutinho realizada há alguns anos em S. Brás de Alportel: “Houve quem asseverasse que o notável almirante viu a luz nas terras de São Brás de Alportel. Não querendo entrar em polémicas para as quais não estou habilitado nem, tão-pouco mandatado, afirmo com a certeza que os historiadores confirmam – e que o apelido Gago certifica – que Gago Coutinho era descendente de são-brasenses e, portanto, algarvios”.

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Texto completo apresentado na Câmara Municipal de S. Brás de Alportel:

“Proposta
AEROPORTO INTERNACIONAL ALMIRANTE GAGO COUTINHO

Carlos Viegas Gago Coutinho, filho de José Viegas Gago Coutinho e de Fortunata Maria Coutinho, nasceu em 17 de Fevereiro de 1869.

Decorridos quase 150 anos subsistem ainda hoje dúvidas sobre o local exacto do seu nascimento. Os registos oficiais apontam para que o seu nascimento tenha ocorrido na cidade de Lisboa, no entanto numa conferência sobre a vida e obra de Gago Coutinho, promovida pela Câmara Municipal de São Brás de Alportel há alguns anos, houve quem asseverasse que o notável almirante viu a luz nas Terras de São Brás de Alportel.

Não querendo entrar em polémicas para as quais não estou habilitado nem, tão-pouco mandatado, afirmo com a certeza que os historiadores confirmam – e que o apelido Gago certifica – que Gago Coutinho era descendente de Sambrasenses e, portanto, Algarvios.

Carlos Viegas Gago Coutinho foi marinheiro e geógrafo, tendo-se destacado em trabalhos de cartografia colonial em 1898 com as missões em Timor, Moçambique, Angola, Índia e São Tomé. Contudo, o seu trabalho pelas então colónias portuguesas foi muito mais extensivo:

– Em 1900 foi nomeado por Portugal para a delimitação da fronteira luso-britânica nos territórios de Niassa;
– Em 1901 foi o comissário de Portugal fez parte da comissão de delimitação da fronteira luso-belga de Noqui ao Cuango;
– Em 1904 dirigiu a delimitação das fronteiras ao norte e sul de Tete;
– Em 1906 comandou a missão geodésica na África Oriental, iniciou o levantamento da carta desta colónia, fazendo a sua ligação geodésica com a da África do Sul.
De 1913 a 1914 Gago Coutinho capitaneou a missão de delimitação da fronteira Angola com a Rodésia (hoje Zimbabué).

Um dos seus últimos e igualmente notável trabalho consistiu na triangulação da ilha de S. Tomé (1916-1918), da qual veio a resultar o conhecimento aproximado dos pontos segundo os quais a linha do Equador atravessa a ilha. Constituiu um trabalho que custou ao exímio geógrafo 14 meses de operações de campo, e mais dois meses de trabalho de gabinete. Em sua honra foi erguido, no Ilhéu das Rolas, o padrão de Gago Coutinho, tendo o ilhéu passado a ser denominado com o nome do insigne almirante.

Não obstante e não desvalorizando o seu trabalho e obra como navegador e geógrafo, Gago Coutinho ficou mundialmente famoso como pioneiro da aviação.

Gago Coutinho foi um dos primeiros oficiais de Marinha a oferecer-se para ir ao estrangeiro obter a sua «Carta de piloto do ar». Obtido o brevet em França em 1915, o “baptismo do ar” do almirante realizou-se em Portugal, mais propriamente na Escola de Aviação Militar em Vila Nova da Rainha, a 23 de Fevereiro de 1917, acompanhado pelo já piloto-aviador Sacadura Cabral.

Gago Coutinho vislumbrou na aviação um vasto espaço de novas descobertas científicas, onde desejava aplicar os seus inúmeros conhecimentos e pesquisa quer a nível marítimo quer a nível terrestre. O emprego que havia feito, em África, durante as suas missões de geógrafo, do sextante e o conhecimento detalhado das possibilidades deste instrumento, eram mais que suficientes para justificar a sua opinião. Na verdade, Gago Coutinho propunha provar que a aviação se poderia sustentar numa navegação completamente científica, constituindo o avião um meio de transporte tão seguro e utilitário como qualquer outro. Esta sua vontade saciou-se aquando da proposta de Sacadura Cabral, fruto das suas relações de estima e camaradagem em África, para participar na I Travessia Aérea do Atlântico Sul.

A viagem teve o seu início em Lisboa a trinta de Março de 1922 e só teve a sua conclusão em 17 de Junho do mesmo ano, após diversos contratempos sobejamente documentados pela história desta epopeia.

O Algarve tem no seu território, na área do Município de Faro, a maior porta de entrada turistas e de promoção dos valores e encantos da nossa Região e do nosso País, o Aeroporto Internacional de Faro.

Como ficou exposto, um dos pioneiros da aviação mundial, no início do Século XX é algarvio, senão de nascimento, é-o, com certeza, de sangue.

Carlos Viegas Gago Coutinho, é um daqueles que Camões cantou nos «Lusíadas», na estrofe II do Canto I, «que por obras valerosas se vão da lei da Morte libertando», no entanto não teve até hoje, na sua região de origem, a justa homenagem que os seus feitos como pioneiro da aviação mundial merecem.

Assim, atentos os anteriores considerandos, tomo a liberdade de sugerir que a Câmara Municipal de São Brás de Alportel e as demais Câmaras Municipais da Região do Algarve, através da Comunidade Intermunicipal do Algarve e da Assembleia Intermunicipal do Algarve, proponham ao Governo da República a atribuição do nome de Gago Coutinho ao Aeroporto Internacional de Faro, passando este a designar-se oficialmente «Aeroporto Internacional Almirante Gago Coutinho».

São Brás de Alportel, 24 de Fevereiro de 2015.

Tomás Manuel Gomes da Costa Nunes”

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3 COMENTÁRIOS

  1. Tudo o que são coisas parvas veem parar ao Algarve mais rápido que a velocidade da luz!A ponte 25 de Abril é que tem que mudar de nome para ponte Salazar,os comunistas alem de não terem feito a ponte nunca fizeram NADA neste país sem ser a destruição do nosso país e do nosso povo!Pensem em lutar por justiça para que mudem o nome da ponte para ponte salazar e deixem-se de parvoiçes só para parecerem bonitos e graxistas!

  2. For the sake of tourism and economy (and the jobs in a touristic region), you should give up trying to change airport names that makes your city famous abroad for airport names celebrating unknown people to 99,9999% of the foreigners, thus having potential visitors ask themselves : 1. where the hell is the Aeroporto Internacional Almirante Gago Coutinho? or 2. Does Faro actually have an airport?
    Please keep this for the street going to the airport…

    • Somos um país em que os lideres políticos são na maioria de natureza socialista e comunista,o que querem é ter fama e dinheiro sem trabalhar nada para isso,e que isso aconteça dão estas ideias idiotas.São Braz de Alportel nem os ESGOTOS TRATA ,manda-os para a Ria sem qualquer tratamento desde á 15 anos!!Mas para estas ideias idiotas que só servem para aproveitamento pessoal já falam na comunicação social.HIPOCRITAS!!!

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