Quantas faltas têm os deputados?

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Volta e meia, o tema vem a debate: a assiduidade dos deputados . De tal maneira, que já se criou na opinião pública a noção de que faltam muito. As presenças dos parlamentares são do domínio público, no entanto, quando a conversa surge nunca há ninguém que diga números. Por exemplo, quantas vezes faltou o deputado João Soares, do PS, ou o parlamentar Carlos Páscoa Gonçalves, do PSD. Agora será mais fácil saber, o socialista tem uma injustificada, 65 justificadas e participou em 82 missões parlamentares. Já o social democrata tem 131 justificadas e 15 participações em missões . São os dois mais faltosos, segundo o Ponto do Parlamento (http://opontodoparlamento.org/), uma aplicação lançada há cinco dias.

“Estes dados são públicos, mas é difícil agregá-los. O que nós fizemos foi congregá-los numa aplicação”, explica António Rosado da Waveweb, a empresa responsável pelo O Ponto do Parlamento. Já o ano passado a equipa tinha lançado a Ébola Web, uma aplicação que contabilizava evolução do número de infectados e sua localização geográfica.

Feita para a Internet mas que pode ser vista nos smartphones, a aplicação contabiliza 5 mil visitas desde que saiu para o espaço público. E garante que não tem qualquer motivação política. “Não temos interesses na política, mas numa altura em que se fala tanto de austeridade e de aumentar a produtividade vale a pena ver como estão as pessoas que nos imputam isso”, frisa António Rosado. Diz a Waveweb que penas trataram de fazer o mesmo que já fazem para as empresas que têm como clientes: pegar na informação que às vezes está escondida, ou de difícil acesso, e mostrá-la num todo. Foi o que aconteceu neste caso, as faltas dos deputados já estavam no site do Parlamento, contudo, era preciso entrar na página dos deputados um a um para se poder fazer a contabilização.

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Amesquinhar o Parlamento

“Não há nenhuma outra atividade cujo escrutínio seja tão forte como o dos deputados. Esses dados já são públicos, estão no site do Parlamento, as presenças nas votações e a existência de quórum pode ser vista na televisão, no canal da AR. Parece-me que isto é amesquinhar a função parlamentar”, explica Hugo Soares, vice presidente da bancada do PSD.

Do outro lado da bancada polícitca, o Bloco de Esquerda vê a iniciativa de uma maneira positiva mas simplista. “Tudo o que seja no sentido da transparência do trabalho parlamentar é positivo, contudo, simplifica demasiado o trabalho dos deputados. Não contabiliza o trabalho feito em Comissões de Inquérito, por exemplo, as sessões da do BES decorriam à mesma hora que o plenário”, diz Pedro Sales, assessor de imprensa do grupo parlamentar do partido.

Para o Bloco tem de se realçar as solicitações que os deputados dos partidos mais pequenos têm para debates e sessões de esclarecimento noutras zonas do país, onde vão falar “sem serem pagos”.

O Expresso não conseguiu falar com os deputados que a App diz terem mais faltas: João Soares e Carlos Páscoa Gonçalves.

RE

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