Posto da GNR de Salir está a cair de podre

O posto da GNR de Salir, no concelho de Loulé, encontra-se completamente degradado há vários anos e à espera de uma solução por parte do Ministério da Administração Interna. Alguns dos compartimentos situados no primeiro andar já foram mesmo vedados, devido ao risco de colapso do piso de madeira.

A primeira denúncia surgiu há mais de dois anos e meio, em novembro de 2011, quando o PCP questionou o Ministério da Administração Interna sobre a situação. Na altura, o Governo reconheceu que as instalações não possuíam as condições adequadas, mas também explicou que a intervenção naquele posto não era considerada prioritária.

Em maio do ano passado, uma delegação do PCP, liderada pelo deputado Paulo Sá, visitou aquele posto localizado na serra algarvia e, ao aperceber-se da falta de condições, voltou a questionar o Ministério da Administração Interna sobre a situação. A resposta só chegou na passada semana, mais de um ano depois, com o ministério a explicar que está a fazer “uma avaliação de todo o dispositivo da GNR no concelho, para preparar uma abordagem global”. Aliás, tal como já tinha dito há cerca de um ano.

Refira-se que o prazo legal máximo para as respostas às questões colocadas pelos deputados é de 30 dias.

Para os comunistas, este atraso revela “uma atitude de inaceitável desrespeito pela Assembleia da República e de intolerável desprezo pelos profissionais da GNR que trabalham em condições deploráveis e pela população de Salir”.

Entretanto, o edifício continua a degradar-se de dia para dia. Além da deterioração do solo do primeiro andar, com zonas fechadas por questões de segurança, há divisões localizadas no primeiro piso, entre as quais a camarata feminina, que estão abaixo do nível do solo. “Têm pouca luz natural, o arejamento não é adequado e são bastante húmidas”, explica o PCP em comunicado enviado, entretanto, às redações.

A camarata masculina, localizada no primeiro andar, “não possui condições minimamente dignas” e a cozinha está instalada num anexo, “não possuindo condições adequadas”, lamentam os comunistas.

Sem camaratas em condições, os guardas afetos ao posto de Salir vêm-se forçados a alugar, a suas expensas, casas e quartos para residirem. Uma situação que, de acordo com o PCP, “reduz o seu rendimento disponível”.

A cobertura foi alvo de uma intervenção há pouco mais de um ano, mas permite infiltrações e, no inverno, chega a chover dentro do edifício. Também o espaço para estacionamento das viaturas “é completamente desadequado”, afirmam os comunistas.

O Ministério da Administração Interna explicou que o edifício é de propriedade privada e admitiu que “apesar do esforço permanente de conservação, não se encontra nas melhores condições”. Na mesma resposta, endereçada ao PCP, o Governo acrescenta que já foram realizados vários estudos técnicos, com várias soluções, para a transferência do posto e que os representantes das autarquias locais emitiram diversas propostas que deram origem a um relatório.

“Neste momento está a ser feita uma avaliação de todo o dispositivo da GNR no concelho para preparar uma abordagem global, estando estas questões a ser objeto de conversações entre a Câmara Municipal de Loulé e o Ministério da Administração Interna”, explica o Governo.

Há cerca de um ano, a delegação do PCP também esteve reunida com o executivo da Junta de Freguesia de Salir. Na altura, o presidente da freguesia informou que já tinha colocado a questão à Câmara Municipal de Loulé, e que haveria, por parte desta, recetividade para a cedência da antiga escola primária. No mesmo dia, responsáveis da GNR visitaram a antiga escola e consideraram-na adequada para a instalação do posto da GNR.

Entretanto, e passado mais de um ano, as condições do edifício pioraram e o Ministério da Administração Interna continua a não apresentar uma solução para o problema.

Domingos Viegas
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