“Não estarei do lado de nenhuma conferência para reestruturar ou perdoar dívida à custa dos povos europeus”, afirmou esta sexta-feira o primeiro-ministro no debate quinzenal no Parlamento, referindo-se à proposta defendida pelo atual líder do Governo grego, Alexis Tsipras, durante a campanha eleitoral.
Passos Coelho justificou a sua posição dizendo que a ideia não é “uma perspetiva entusiasmante” para os países que “conseguiram resolver os seus problemas”, como considerou ser o caso de Portugal.
A resposta que deu quando questionado a esse respeito pela deputada Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, sublinhou a apreciação previamente endereçada ao PCP, quando Passos afirmou não comentar as opções dos gregos, acrescentando, porém, não concordar com a reestruturação da dívida.
A realização de uma “conferência de dívida europeia”, defendida pelo líder do Syriza – partido cujo nome o PSD não nomeou no comunicado divulgado a propósito das eleições na Grécia , nem foi mencionado por Passos Coelho quando se referiu ao “conto para crianças”, comentando os mesmos resultados eleitorais -, assenta na conferência de Londres de 1953. Na altura, foi eliminada metade da dívida alemã no pós-guerra e prorrogado o período de reembolso para a restante.
Segundo a proposta para a conferência defendida pelo Syriza, na qual Passos recusa participar, o objetivo é debater a dívida grega, mas também a irlandesa, a espanhola e a portuguesa.
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