Pedro Passos Coelho informou ontem à noite ao novo presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, que Carlos Moedas será o Comissário Europeu designado por Portugal.
A escolha de Moedas ficou fechada depois do luxemburguês que vai liderar a Comissão nos próximos cinco anos não ter dado garantias ao primeiro-ministro quanto ao lugar que caberia a Portugal, caso o nome indicado fosse Maria Luís Albuquerque.
A ministra das Finanças era o nome que Juncker queria ouvir, tendo sido, aliás, suscitado pelo futuro presidente da CE numa conversa, há duas semanas, com o primeiro-ministro. Mas Passos nunca se comprometeu a ceder à vontade de Juncker. Entendeu sempre que seria uma opção com muitos riscos e custos políticos e, no regresso a Portugal, deparou-se com resistências tanto do seu partdo como do CDS. Portas foi um dos que o desaconselhou de abdicar da ministra das Finanças.
Apesar disso, o chefe do Governo levou a sugestão de Juncker a sério. Mas fez depender a sua concretização de um compromisso do ex-PM luxeburguês sobre atribuir a Maria Luís uma pasta de primeiro plano, nas áreas económicas ou financeiras. O que nunca aconteceu apesar das várias conversas telefónicas que ocorreram esta semana entre Passos e Juncker. A última foi ontem à noite.
Sem garantias de que Portugal teria assegurada uma pasta “pesada” na próxima Comissão, Passos Coelho optou por segurar Maria Luís Albuquerque no Governo, enviando para Bruxelas o seu secretário de Estado adjunto, que estava sem funções atribuídas desde que terminou o programa da troika.
É garantida a oposição frontal do PS, e da restante oposição, a esta escolha.
Carlos Moedas, atual secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, tem 43 anos é natural de Beja, trabalhou na Goldman Sachs, e foi nos últimos três anos o responsável no Governo pela relação com a troika, e pela fiscalização do cumprimento do memorando.
RE
