O futuro do turismo e da própria região algarvia está em perigo, segundo o presidente da Associação Empresarial da Região do Algarve (NERA), depois de a maioria dos cidadãos do Reino Unido ter decidido sair da União Europeia.
Em comunicado, Vítor Neto reage ao Brexit realçando que “o que está em jogo não é apenas o turismo e o Algarve, mas importantes interesses nacionais (relações económicas estratégicas com o Reino Unido) com realce para o peso do turismo e da presença britânica no Algarve (turistas, residentes, empresários, profissionais)”.
Nesse sentido, o NERA exige uma “abordagem nacional” a este problema, apelando ao Governo e a todas as entidades nacionais e regionais para terem “uma intervenção mais forte, incisiva e permanente no Reino Unido”, para consolidar este mercado turístico, que é o principal mercado de Portugal e “um mercado estruturante e insubstituível do Algarve”.
Vítor Neto lembra que o reino de sua majestade é o quarto maior destino das exportações de Portugal de bens e serviços, sendo ainda “o principal gerador de receitas externas do turismo em Portugal (mais de 2.000 milhões de euros), que correspondem a 18% do total nacional dessas receitas”.
Além disso, o presidente do NERA acentua que o Algarve é o principal destino dos turistas britânicos em Portugal, gerando 5,6 milhões de euros em dormidas (só no alojamento classificado), que correspondem a 67% das dormidas dos turistas britânicos no país. “Pode estimar-se que cerca de 1.500 milhões de euros das receitas externas geradas pelos turistas britânicos em Portugal, ocorreram no Algarve”, sublinha.
Nuno Couto | Jornal do Algarve
