Novas encomendas aumentam 22,1% no segundo trimestre

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As novas encomendas na construção e obras públicas aumentaram 22,1 por cento no segundo trimestre do ano, em termos homólogos, um dado positivo para o setor, que tem sido afetado pelo desemprego, quebra nas adjudicações e contenção orçamental.

De acordo com os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), “as novas encomendas na construção e obras públicas apresentaram, no segundo trimestre de 2010, uma taxa de variação homóloga de 22,1 por cento”.

Esta subida, refere o instituto de estatísticas, “foi significativamente influenciado pelo crescimento da componente pública do segmento de construção de edifícios relativa a edifícios escolares”.

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O segmento de construção de edifícios registou, no segundo trimestre, uma taxa de variação homóloga de 12,2 por cento, sendo que, se forem excluídos os edifícios escolares, “este segmento registou uma diminuição de 9,6 por cento”.

Já o segmento de obras de engenharia subiu 38,5 por cento.

Face ao trimestre anterior, o índice de novas encomendas na construção aumentou 19 por cento, enquanto a taxa de variação média nos últimos quatro trimestres foi de menos 14,4 por cento.

Os dados divulgados hoje pelo INE são um sinal positivo para o setor da construção que, segundo dados da Federação da Construção (FEPICOP), perdeu 140 mil trabalhadores e viu a produção baixar 31 por cento desde 2002.

De acordo com a Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Pública (FEPICOP), o desemprego na construção está a crescer todos os meses desde o terceiro trimestre de 2008, aproximando-se dos 75 mil desempregados no segundo trimestre deste ano.

Na sua análise da conjuntura de agosto, a Federação destacava a queda de 58,5 por cento nas adjudicações públicas até julho, “que tem conduzido a uma evidente redução das carteiras de encomendas das empresas e, consequentemente, no seu ritmo de actividade”.

A FEPICOP destacava o comportamento do segmento de engenharia civil, “fortemente penalizado pela adoção de medidas de contenção orçamental”, e afirmava que o nível de actividade das empresas que se dedicam a obras de engenharia civil deveria “estar próxima do mínimo da série, que teve o seu início em janeiro de 2000”.

A Federação tem também alertado para outro dos problemas que afetam o setor da construção: as dívidas às empresas.

Só as dívidas dos municípios às construtoras ascendem a cerca de 830 milhões de euros, segundo o inquérito semestral aos prazos de recebimento nas obras públicas da FEPICOP, divulgado no início de agosto.

Segundo o mesmo documento, as câmaras municipais demoram, em média, cerca de sete meses (mais cinco do que o legalmente estabelecido) para pagarem as suas dívidas às empresas de construção, o que representa um agravamento de 14 dias face ao registado no último inquérito (realizado no outono de 2009).

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