Não há conversas nem negociações entre a Grécia e os credores até ao referendo

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Eurogrupo, presidido por Jeroen Dijsselbloem, fica a aguardar pelos resultados do referendo de domingo

“Dada a situação política, a rejeição das propostas feitas anteriormente [pelos credores] e o referendo marcado para domingo, não estão reunidas as condições para prosseguir com as negociações.” Palavras do presidente do Eurogrupo numa breve mensagem gravada em vídeo e divulgada esta quarta-feira de tarde, depois de mais uma teleconferência entre os ministros das Finanças da zona euro.

“Não voltaremos a falar nos próximos dias, nem ao nível do Eurogrupo, nem entre as instituições gregas e os credores, sobre as propostas ou sobre eventuais empréstimos. Limitamo-nos a esperar pelo resultado do referendo de domingo”, acrescentou Jeroen Dijsselbloem.

Visivelmente preocupado, o ministro das Finanças holandês informou que receberam do Governo grego “mais propostas de alteração às condições exigidas pelos credores”, mas que “a situação política não mudou e, por isso, infelizmente, o antigo programa de resgate terminou à meia-noite”.

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O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras anunciou esta quarta-feira que vai manter o referendo à proposta dos credores, agendado para 5 de julho, e reiterou o apelo ao “não”, garantindo que vai encontrar soluções após a consulta popular.

Numa mensagem à nação transmitida através da televisão, Tsipras reafirmou que os depósitos, pensões e salários dos gregos estão a salvo e que não tenciona levar o país a sair da zona euro.

O primeiro-ministro prometeu ainda que as dificuldades do povo grego serão “temporárias” e que votar “não” no referendo não significa a rutura com a Europa, mas sim um passo decisivo para conseguir um acordo melhor com os credores, que acusa de estarem a chantagear os cidadãos gregos.

“Depois do referendo ser anunciado, recebemos propostas melhores, sobretudo no que diz respeito à reestruturação da dívida. Na segunda-feira [após o referendo], o Governo estará à mesa das negociações com melhores condições para dar ao povo grego”, escreveu no Twitter.

“Um plano realista”

A segunda reunião do Eurogrupo desta semana, que terminou pouco depois das 17h30, veio confirmar que até domingo não há acordo sobre um terceiro resgate – já pedido por Tsipras.

“Não vamos pôr a carroça à frente dos bois”, disse o ministro das finanças da Eslováquia, numa mensagem no Twitter logo após o fim da reunião do Eurogrupo. Peter Kazimir escreve ainda que foi um “Eurogrupo unido na decisão de esperar pelo resultado do referendo grego”.

Só depois de domingo é que os ministros das Finanças da zona euro estão disponíveis para continuar a conversar sobre um futuro terceiro resgate.

“Os países do euro estão disponíveis para negociar uma solução para a Grécia”, disse o ministro finlandês das Finanças. Mas para Alexander Stubb, “em qualquer negociação, a Grécia deve conceber um plano realista para salvar a economia e ações para levar a cabo a sua implementação.

Stubb sublinhou ainda que o primeiro-ministro grego, no discurso que fez esta quarta-feira, não transmitiu confiança de que terá interesse em implementá-lo. Na declaração a que Stubb se refere, na qual Tsipras anunciou a manutenção do referendo, o primeiro-ministro grego culpou a Europa pelas imagens de pensionistas desesperados à porta dos bancos. “É inaceitável que numa Europa de solidariedade e respeito mútuo existam imagens destas.”

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