Menos bebés, menos divórcios, mais anos de vida. O atual retrato de Portugal

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Nasceram menos sete mil bebés em 2013 do que no ano anterior, confirmando a quebra consecutiva desde 2011

Ao longo dos 365 dias do ano passado, nasceram 82.787 bebés. São 227 por dia, uma média que se vai distanciando por exemplo dos 300 bebés nascidos diariamente em 2005. Passar para baixo dos 83 mil nascimentos anuais confirma um novo mínimo, refletindo a quebra da natalidade nos últimos anos, um dos dados que traçam o retrato demográfico de Portugal em 2013 divulgado esta manhã pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De um ano para o outro, são menos sete mil bebés a nascer, tendo sido essa a mesma quebra registada entre 2011 e 2012. Se se mantiver a mesma descida este ano, poderemos chegar ao final de 2014 com menos de 80 mil nascimentos. Recuando três anos, vemos como em 2010 ainda se ultrapassaram os 100 mil por ano. Desde então, o número veio sempre a diminuir.

Também a mortalidade desceu em 2013, ainda que ligeiramente (menos mil óbitos do que no ano anterior – 1%). Morreram 106.543 pessoas, mas como a população também diminuiu – perderam-se 60 mil residentes entre 2012 e 2013 – a quebra no número de óbitos não foi suficiente para se refletir na taxa bruta de mortalidade. Ou seja, o número de mortes por 1000 habitantes manteve-se idêntico ao de 2012 (10,2). Comparando com o número de bebés, conclui-se que o saldo natural (a diferença entre os nascimentos e os óbitos) volta a ser negativo, à semelhança do que acontece desde 2009.

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A par do saldo natural estão os indicadores da emigração. No ano passado, 128 mil pessoas deixaram o país: cerca de 54 mil saíram com a intenção de ficar pelo menos um ano e 74 mil por menos tempo do que isso. Entre os que saíram de forma permanente (por mais de um ano), metade eram jovens, um dado que também tem peso na perda de população jovem a que Portugal tem assistido.

Já a entrada de imigrantes rondou os 18 mil, um número inferior ao total de saídas do país, o que leva concluir que pelo terceiro ano consecutivo o saldo migratório volta a ser negativo.

Essas são as duas razões essenciais para a perda de população residente em 2013 que, de acordo com o INE, era de 10.427.301 habitantes.

Menos casamentos, menos divórcios

O que também caracteriza o comportamento da população são as decisões quanto à formação e dissolução familiar, ou seja, a forma como têm evoluído o número de casamentos e divórcios. E se por um lado os casamentos continuam a descer – foram cerca de 32 mil, menos 2425 do que em 2012 – também o número de divórcios baixa desde há três anos. Pela terceira vez consecutiva, e contrariando a tendência dos anos anteriores, registaram-se menos 2.855 divórcios (cerca de 23 mil no total).

Ao mesmo tempo, tem vindo a aumentar a esperança média de vida, que para os anos de 2011 e 2013 era de 80 anos, ainda que continue a ser superior nas mulheres (82,79 anos, face a 76,91 nos homens).

O INE sublinha que em 2013 se manteve “a tendência de envelhecimento demográfico, resultante da redução do peso relativo da população jovem (de 14,8% em 2012 para 14,6% em 2013) e da população em idade ativa”, para além do aumento da proporção de pessoas idosas. “Este comportamento reflete a descida continuada da natalidade, o aumento da longevidade e, mais recentemente, o crescimento dos fluxos emigratórios.”

RE

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