Menina de S. Brás precisa de ajuda para continuar tratamentos

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Miriam depende de tratamentos e terapias regulares e muito dispendiosas

Cada mês de tratamentos custa cerca de dois mil euros. É este valor elevado que leva a mãe de Miriam, que sofre de paralisia cerebral desde os oito meses, a pedir ajuda a todos os que se queiram unir à onda de solidariedade em torno da menina de São Brás de Alportel. Várias associações e a própria GNR de Albufeira estão a recolher tampas, caricas e rolhas de cortiça para ajudar a criança, que todos os dias faz vários tipos de terapia

 

Miriam tem nove anos de idade e desde muito cedo ficou sem andar, sem falar e sem poder brincar com as outras meninas da mesma idade. Mas como é “muito forte e lutadora”, como explica a mãe, Sandra, todos os dias tenta recuperar, na tentativa de voltar a ter uma “vida normal”, como qualquer outra criança.

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O dia da menina, que vive em São Brás de Alportel, começa com sessões de fisioterapia e alongamentos numa clínica em Faro. Segue-se a terapia da fala. O tratamento intensivo de Miriam prossegue com uma espécie de treino para melhor mastigar e engolir, evitando assim o perigo de se engasgar. À tarde, a menina de nove anos dedica-se à psicomotricidade e à parte sensorial, com estímulos de luzes, sons e música. A juntar a tudo isto há, ainda, durante a semana, várias outras terapias, como a hidroterapia, a reflexologia, a acupuntura e a hipoterapia. Todas elas são regulares e muito dispendiosas.

Ao todo, os tratamentos de Miriam, que sofre de paralisia cerebral desde os oito meses de idade, devido ao alojamento do vírus do herpes no cérebro, ascendem quase a dois mil euros mensais.

Por isso, a mãe, que é solteira e teve de abandonar o trabalho para acompanhar a filha nos tratamentos diários, tem organizado pequenos eventos e campanhas solidárias para poder continuar a financiar as várias terapias que a menina precisa diariamente.
“O sonho é que a Miriam volte a poder brincar com as amigas”, revela Sandra, que desde 2008 tem feito desta a sua luta diária.

Onda de solidariedade

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Na página oficial da menina (“Miriam – a pequena lutadora”), que atualmente já superou os 11 mil seguidores, a mãe explica que não tem quaisquer apoios do Estado, recebendo apenas cerca de 200 euros da Segurança Social, relativo aos abonos de deficiência e apoio a terceira pessoa.

Para piorar a situação, “cada terapia tem um custo diário que ao fim de cada mês é muito difícil suportar”, desabafa Sandra, que solicita a todas as pessoas que entreguem tampinhas de plástico, caricas e rolhas de cortiça nos locais indicados.

Atendendo ao apelo desesperado da mãe de Miriam, várias associações e entidades de Albufeira estão a juntar-se em torno desta causa nobre. É o caso da Nuclegarve – Núcleo dos Motoristas Terras do Algarve, do grupo de trabalho de idosos de Albufeira e de várias associações do concelho, que, em pareceria com a GNR de Albufeira, estão a receber todas as tampas (iogurtes, garrafas de sumo e outros), caricas (cerveja, sumos, compotas, de néctares e outros) e rolhas de cortiça, para depois entregarem todo o material à menina de São Brás de Alportel.

Entretanto, segundo o fisioterapeuta de Miriam, nas últimas semanas a menina “tem superado as expectativas, estando a ganhar controlo a nível postural, principalmente no equilíbrio sentado e no controlo do pescoço”. Mas ainda há um longo caminho a percorrer até à sua recuperação total…

(Texto publicado integralmente na última edição do JA – dia 12 de maio)

Nuno Couto | Jornal do Algarve

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