Memórias de Abril por Lídia Jorge

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A escritora Lídia Jorge estará em Portimão e Faro para falar sobre o seu novo romance “Os Memoráveis”

A contadora de histórias natural de Boliqueime vai estar em Portimão e Faro, nos próximos dias 28 e 29, para apresentar o seu último romance. “Os Memoráveis” tem como cenário o 25 de Abril e as suas personagens tentam recriar o que foi a “ilusão revolucionária” e a desilusão de muitos portugueses

Lídia Jorge, de 67 anos, autora de romances como “O Dia dos Prodígios” (1980), “O Cais das Merendas” (1982), “A Costa dos Murmúrios” (1988), “O Vale da Paixão” (1998), “O Vento Assobiando nas Gruas” (2002) e “Combateremos a Sombra” (2007), entre outros, vai apresentar a sua nova obra – “Os Memoráveis” – nas cidades de Portimão e Faro.

Esta sexta-feira, dia 28, às 18h30, a escritora algarvia fala sobre este romance no Teatro Municipal de Portimão (TEMPO). No dia seguinte (29), às 16h30, será a vez de Lídia Jorge deslocar-se à livraria Leya, no Pátio de Letras, em Faro.

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A autora natural de Boliqueime, que já recebeu vários prémios literários nacionais e internacionais, acaba de lançar “Os Memoráveis”, descrito pela sua editora como uma “revisitação dos mitos da Revolução de Abril”.

Segundo um comunicado das Publicações D. Quixote, “as personagens de ‘Os Memoráveis’ tentam recriar o que foi a ilusão revolucionária, a desilusão de muitos dos participantes e o árduo caminho para uma democracia”.

“Um tempo já inalcançável”

A história do novo romance de Lídia Jorge gira em volta de uma repórter portuguesa em Washington que, em 2004, foi convidada a fazer um documentário sobre a Revolução, considerada pelo embaixador norte-americano à época, em Lisboa, “um raro momento da História”, segundo comunicado da editora.

Ana Maria Machado, a protagonista, aceita o trabalho e entrevista vários intervenientes e testemunhas do golpe de Estado. “Um percurso que permite surpreender o efeito da passagem do tempo não só sobre esses heróis, como também sobre a sociedade portuguesa, na sua grandeza e nas suas misérias. Transfiguradas, como se fossem figuras sobreviventes de um tempo já inalcançável”, lê-se no comunicado.

Há uma segunda linha narrativa, liderada pelo pai da protagonista, António Machado, que “retrata em privado o destino que se abate sobre todos os outros”.

Na apresentação do livro aos jornalistas que decorreu em Lisboa, na semana passada, Lídia Jorge afirmou que pretendeu, neste romance, perspetivar “o que foi feito de uma utopia, projetá-la no decorrer do tempo e, ao mesmo tempo, levantar não só uma homenagem ao que aconteceu nesse dia (25 de Abril de 1974), como falar desse dia como um projeto de esperança, não vindo do passado mas como um projeto de futuro”.

O primeiro romance de Lídia Jorge, “O Dia dos Prodígios”, data de 1980. Este livro, sobre o regime anterior ao 25 de Abril, causou desde logo um forte impacto, projetando de imediato Lídia Jorge como uma das mais importantes revelações das letras portuguesas.

Trinta e cinco anos e vários prémios literários depois, a escritora algarvia continua a sentir as ideias e as palavras a fervilhar dentro de si.

NC/JA

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