Maus tratos na infância: “Qualquer pessoa tem o dever de denunciar”

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Rosa Nunes, presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Castro Marim, defende que “a prevenção é fundamental” e fala do trabalho que tem sido desenvolvido naquela estrutura nos últimos anos

DOMINGOS VIEGAS

Numa altura em que se assinala o Mês de Prevenção dos Maus Tratos na Infância, simbolizado pelo laço azul, a presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Castro Marim recorda que “qualquer pessoa pode, e tem o dever, de denunciar qualquer coisa que não esteja bem e que esteja a acontecer a uma criança ou a um jovem”.

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Rosa Nunes, que ocupa aquela função há cinco anos, explica que “quem tiver conhecimento de uma situação de maus tratos, ou de qualquer outro perigo que envolva crianças e jovens, pode dirigir-se à PSP, às GNR, à CPCJ ou a um hospital da sua área de residência”, mas também “ligar para o número de emergência nacional e permanente que é o 144”. No caso da denúncia ser feita por uma criança, esta “também pode contar a situação a um adulto da sua confiança”.

Esta sexta-feira, dia 27, ao meio-dia, quase todas as CPCJ do país realizaram um laço humano, a maioria em escolas e envolvendo, principalmente, os alunos, para alertar e sensibilizar para a necessidade de denunciar situações de risco que envolvam crianças e jovens. Esta é apenas uma das muitas ações que têm sido levadas a cabo um pouco por todo o país ao longo deste mês.

Porém, em Castro Marim, a CPCJ local decidiu alargar o calendário e as iniciativas vão prolongar-se até ao final de maio, junto da população e com destaque para a comunidade escolar. O programa inclui projeção de filmes e documentários, distribuição de folhetos e de laços, explicando o seu significado, leituras dramatizadas e interativas, presença da exposição itinerante “Prevenção de Tráfico de Seres Humanos” e termina com a ação de sensibilização “Namorar com Fair-play”, que pretende sensibilizar para a problemática da violência no namoro.

“A prevenção é fundamental”

Rosa Nunes frisa que “a prevenção é fundamental” e que, por isso, a CPCJ de Castro Marim realiza diversas ações ao longo de todo o ano e não apenas no âmbito do denominado mês da prevenção.

“Temos levado a cabo muitas iniciativas, sempre na tentativa de fazer prevenção junto da comunidade em geral, dos jovens e crianças e das famílias. Sempre numa atitude preventiva. Temos desenvolvido muitas atividades para abarcar todas as temáticas.”, explica aquela responsável, dando como exemplo sessões de esclarecimento, peças de teatro relacionadas com as temáticas do abuso sexual e do ‘bullying’, ações de sensibilização para mostrar os malefícios do tabaco.

“Este ano já tivemos uma sessão sobre alimentação saudável. No mês de novembro temos várias iniciativas no âmbito do Dia Europeu da Proteção das Crianças Contra o Abuso Sexual. Em fevereiro trabalhamos a segurança na internet. Também temos várias iniciativas dedicadas aos direitos das crianças. No Dia da Criança também realizamos várias iniciativas, sobretudo lúdicas”, acrescenta a presidente da CPCJ de Castro Marim.

Rosa Nunes sublinha ainda a preocupação constante que aquela comissão tem para aliar a prevenção com a divulgação da CPCJ. “Há uns anos, quando se falava da CPCJ todos ficavam a tentar perceber o que era isso. Hoje, já é algo banal. Por exemplo, os jovens já conhecem a sigla, já sabem o que ela significa, já sabem porque é que estamos aqui”.

A responsável não tem dúvidas de que a comissão a que preside tem feito “um bom trabalho” nesse sentido.

“Penso que se tem feito um bom trabalho, com a ajuda de todos. Gostaria de agradecer a todos os elementos que trabalham diariamente nesta comissão e que dão muito do seu tempo pessoal. Sem eles, isto não seria possível. E também à administrativa, que não faz parte da comissão mas dá a cara todos os dias e acompanha todas as iniciativas”, refere.

A CPCJ de Castro Marim está desde o verão passado nas novas instalações, localizadas no número 25 da Rua 26 de Janeiro, na zona norte da vila, sensivelmente a meio caminho entre a biblioteca municipal e a Santa Casa da Misericórdia.

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