A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI) foi esta quarta-feira acusada formalmente de negligência num caso de fraude, passado enquanto foi ministra da Economia em França.
Lagarde disse ao juíz que agiu em “conformidade com a lei” relativamente ao litígio que opunha o empresário Bernard Tapie e o banco Crédit Lyonnais, a propósito da venda da Adidas.
Anunciou também que vai recorrer da decisão judicial, garantindo que não se demite: “Já solicitei ao meu advogado para recorrer desta decisão, que eu considero totalmente infundada”, afirmou a responsável à saída do tribunal.
Questionada pela AFP sobre uma possível demissão Lagarde recusou esse cenário: “Não, não me demito. Regresso ao trabalho a Washington depois do meio-dia”, afirmou.
Em causa está a intervenção da ex-governante durante o caso que envolvia o magnata Bernard Tapie, amigo do antigo Presidente Nicolas Sarkozy, e o banco Crédit Lyonnais, na sequência da venda da empresa Adidas, em 1993.
Tapie terá recebido cerca de 400 milhões de euros em compensações devido a supostas perdas no negócio, um ano após a eleição presidencial de Sarkozy, em 2007. O empresário foi um dos apoiantes da campanha do ex-Presidente francês.
Em 2011, Christine Lagarde foi suceder Dominique Strauss-Kahn na liderança do FMI, após um escândalo sexual. A diretora do organismo ficará agora também numa situação frágil, arriscando-se a ser condenada a prisão e 15 mil euros de multa.
RE
