Jerónimo de Sousa diz que desafio de Passos Coelho ao Governo “é tiro de pólvora seca”

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O secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou hoje em Monte Gordo que o desafio lançado pelo presidente do PSD ao governo para devolver a palavra aos portugueses até 09 de setembro é “um tiro de pólvora seca”.

“É um tiro de pólvora seca. Se o PSD estivesse de facto verdadeiramente interessado numa crise institucional e em eleições não tinha, em primeiro lugar, votado ou viabilizado o orçamento do Estado e, em segundo lugar, até foi mais longe, porque poderia ter-se abstido em relação ao Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) e às suas medidas adicionais”, afirmou Jerónimo de Sousa.

Em declarações aos jornalistas após discursar perante militantes presentes no almoço realizado hoje no parque de merendas de Monte Gordo, concelho de Vila Real de Santo António, Jerónimo de Sousa comentou o desafio lançado por Pedro Passos Coelho ao governo durante a Festa do Pontal, que marcou sexta feira a “rentrée” política do PSD, em Quarteira.

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Jerónimo sublinhou que o PSD, “em relação às medidas adicionais do PEC, votou a favor e não quer crise nenhuma” e agora “procura com sentido de voz grossa fazer um convite ao Partido Socialista para aprofundar a política de direita em termos orçamentais, designadamente em relação ao investimento e serviços públicos”.

“E nesse sentido, quando nós desdramatizamos, é porque o PSD está interessado em que o PS vá limpando o terreno e faça no governo aquilo que é mais doloroso para os trabalhadores e o povo, abrindo caminho à alternância e não a uma verdadeira alternativa”, acrescentou o secretário geral do PCP.

O dirigente máximo do PCP pediu aos jornalistas para esperarem “para verem as soluções encontradas para o orçamento”.

“O PSD disse que não votaria a favor, mas como é sabido bastaria uma abstenção do PSD para que esse orçamento passe. Está a fazer o que compete a um partido de direita, que é exigir mais política de direita, mas daí até àquela dramatização da crise institucional até ao dia 08 ou 09 de setembro, é de facto um tiro de pólvora seca”, disse o deputado.

Jerónimo de Sousa criticou ainda o líder do PSD por, no discurso do Pontal, ter acusado o Governo socialista de ser “responsável pelo maior descalabro de que há memória na Justiça em Portugal”, por considerar que os sociais democratas têm tanta responsabilidade como o PS.

“Em relação à Justiça é outro embuste, outra mistificação. Quem foi que fez um Pacto de Justiça? Foram o PSD e o PS que, juntos, conseguiram aprovar oito das 10 medidas que esse pacto continha. São corresponsáveis na situação em que (a Justiça) se encontra e agora aparecem como fénix rejuvenescida a dizer que o PS está a fazer uma má política de Justiça”, disse o dirigente comunista.

Jerónimo de Sousa reconheceu que “existe uma má política de Justiça”, mas frisou que os principais afetados são “aqueles que não podem recorrer à Justiça porque falta dinheiro para um advogado” ou “aqueles que são despedidos, não podem recorrer e estão anos à espera por uma decisão dos tribunais”.

“Esse sim têm razão, não os poderosos. E aí há corresponsabilidade do PS e do PSD. Não venham agora fazer críticas, no mínimo assumam também a sua quota de responsabilidade pela situação em que nos encontramos”, acrescentou.

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