Guerra na Ucrânia já fez 1129 mortos desde abril

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Estima-se que 1129 pessoas tenham morrido e 3442 tenham ficado feridas desde abril, na sequência do conflito no leste da Ucrânia. O balanço consta de relatório do alto-comissariado dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, publicado esta segunda-feira.

“Os relatos de combates cada vez mais intensos nas regiões de Donetsk e Luhansk são extremamente alarmantes”, disse Navi Pillay, alta-comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em relação ao conflito que tem oposto os grupos separatistas do leste da Ucrânia às autoridades de Kiev. “Ambas as partes devem ter o cuidado de prevenir que mais civis sejam mortos ou feridos.”

Os grupos armados, “bem organizados e equipados militarmente”, têm intensificado as ações contra o governo ucraniano. Em resposta, houve uma “aceleração” das operações de segurança do governo de Kiev durante o mês de julho, em áreas controladas pelos grupos armados. Por serem zonas densamente povoadas, o conflito tem resultado em perdas de vidas, propriedades e infraestruturas.

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A violência e intensidade dos combates já obrigaram 100 mil pessoas a deixar as suas casas, na maioria mulheres e crianças, fugindo para outras zonas do país.

O relatório das Nações Unidas, resultante do trabalho de uma equipa de 39 observadores enviados ao local, sublinha ainda que a situação está a ter impacto no resto do país. “Apesar de a maior parte das pessoas manter a sua vida normal fora das regiões de Donetsk e Luhansk, há sinais de que a violência no leste está a ter impacto noutros sítios.”

Casas destruídas, bancos assaltados

Atos ilegais como sequestros, detenções, tortura, assassinatos, execuções, extorsão e destruição de propriedade fazem parte do ambiente vivido na região. No relatório é descrita a situação: propriedades públicas e privadas tomadas ilegalmente, casas destruídas, bancos assaltados, minas de carvão atacadas e linhas férreas devastadas fazem parte do cenário. Há hospitais que foram obrigados a fechar e os medicamentos e serviços médicos de emergência tornaram-se escassos ou quase indisponíveis.

Quanto aos grupos armados, a ONU diz que a sua “profissionalização” tem sido “abertamente reconhecida”. “Os seus líderes, muitos dos quais são nacionais da Federação Russa, são treinados e endurecidos pela experiência em conflitos, como da Tchetchénia (Rússia) e Transnistria (Moldávia). O que antes eram grupos armados desorganizados com diferentes lealdades e agendas está agora a ser centralizado sob o comando central destes homens.”

Os danos materiais são também documentados, estimando-se que o custo de reconstrução e revitalização do leste do país custe aproximadamente 558 milhões de euros. O Governo propõe-se cobrir esses custos, assim como os da operação de segurança, cortando em programas sociais, benefícios sociais e outras áreas que irão afetar todo o país, conclui o relatório.

O impacto social da violência e do combate é também sublinhado pela ONU, visto haver uma guerra de propaganda e um discurso de ódio a atiçarem a violência.

Em paralelo, os cidadãos, individualmente ou organizados em grupos, têm vindo a dar a resposta que o Governo tem sido incapaz de dar, de acordo com o relatório. Essa resposta tanto passa por dar assistência às comunidades do leste do país, como garantir alojamento às pessoas obrigadas a deixar as suas casas. “Talvez este novo espírito cívico venha a ajudar a guiar a nova fase da tão necessária mudança na Ucrânia”, lê-se no relatório.

RE

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