Enchidos de porco com batata-doce, licor de batata-doce e pão de batata-doce. Estas são as grandes surpresas da edição 2014 do Festival da Batata-Doce de Aljezur, que arranca já esta sexta-feira.
.
Nuno Couto
A vila de Aljezur está a postos para receber mais um Festival da Batata-Doce, que terá lugar, a partir de hoje e até domingo, no espaço multiusos. Este ano, o presidente da câmara revela ao JA que o festival conta com algumas “novidades e surpresas”, que irão certamente fazer as delícias dos milhares de visitantes esperados em Aljezur nestes três dias.
As surpresas começam logo com a apresentação de novos produtos, como licor de batata-doce, enchidos de porco com batata-doce e pão de batata-doce.
“Uma empresa local de enchidos tradicionais irá este ano, e na sua primeira presença neste certame, apresentar enchidos de porco preto com batata-doce de Aljezur”, revela José Amarelinho, acrescentando que outras empresas locais também prepararam especialmente para este ano outras novidades à base de batata-doce, como licor e pão.
O autarca destaca ainda os sabores que os restaurantes participantes apresentarão todos os dias no certame, assim como as tentações dos doces de batata-doce de Aljezur.
A organização, a cargo da autarquia e da associação de produtores local, preparou também um espaço lounge, onde os visitantes poderão apreciar um cocktail com batata-doce ou medronho, animado por jazz, quartetos de clarinetes, músicas do mundo e espetáculos ao vivo.
Figuras públicas mostram dotes culinários
Outra novidade da edição deste ano do festival será a presença de várias figuras públicas, que irão mostrar os seus dotes culinários. O jornalista Vítor Bandarra e a atriz Cristina Areia já confirmaram que vão confecionar ao vivo no evento.
Destaque também, no dia 29 (sábado), para a visita oficial da ministra da Agricultura, Assunção Cristas. Para o presidente da Câmara de Aljezur, José Amarelinho, a presença da governante é o reconhecimento da importância deste produto local na economia regional e nacional.
“Esta visita da ministra encerra uma muito justa homenagem ao trabalho árduo dos homens e mulheres que constituem esta associação de produtores e a todos os que estão ligados à produção, transformação e comercialização deste produto. Premeia um produto de excelência de características únicas que é, perdoem-me a falta de modéstia, a melhor batata-doce do mundo”, sublinha o autarca.
E o que representa para Aljezur, afinal, a batata-doce e este festival? “Uma ligação ancestral com raízes já muito profundas na cultura dos saberes e sabores vicentinos, conforme relata a lenda da conquista aos mouros do castelo de Aljezur e de uma utilização constante e assídua na vivência desta terra e das suas gentes, que desde sempre utilizaram a batata-doce na sua alimentação e nas mais elaboradas iguarias de doces”, responde José Amarelinho.
“Embaixatriz” de um território
Ainda de acordo com o autarca, a batata-doce de Aljezur – que se diferencia das restantes pela sua origem e variedade Lyra, com Indicação Geográfica Protegida –, assumiu o estatuto de “embaixatriz” que representa no mundo gastronómico o território de Aljezur.
“Esse estatuto transfere mais-valias económicas e reconhecimento, garantindo assim um indubitável ganho para quem a trabalha nas mais variadas vertentes, desde a produção à transformação e comercialização”, salienta o presidente da autarquia.
O festival, para além de continuar a dar a conhecer este produto de excelência, pretende também, e cada vez mais, “reforçar o associativismo agrícola local em torno de um produto de enorme potencial em termos de crescimento da sua produção, aplicação e comercialização”.
Fragilidades e virtualidades da batata-doce
José Amarelinho explica que, pela sua especificidade e delicadeza, a batata-doce de Aljezur (variedade Lyra) apresenta características que pedem um tratamento “carinhoso”.
“Logo nos primeiros manuseamentos, assim que sai da terra, exige os maiores cuidados, devendo evitar-se choques, apertos ou outros tratamentos bruscos. Este será um momento essencial para a sua longevidade”, realça o autarca.
Ainda segundo o presidente da câmara, esta variedade, a Lyra, “tem na sua génese um método de produção agrícola tradicional, não utilizando produtos químicos”.
“É aqui, nestes solos, que se encontram reunidas as condições ambientais, entre outras, para a sua produção. Trata-se de produto que se afirma também, não pela quantidade produzida por hectare, mas sim pela sua superior qualidade que a torna inconfundível e genuína”, sublinha José Amarelinho, destacando também os inúmeros benefícios deste produto local para a saúde: “fornece energia, ajuda a controlar a diabetes, é rica em fibra e fortalece o sistema imunológico”.
.
.